Com seu mais novo single Midnight Sky disponível em todas as plataformas, Miley se organizou para divulga-lo e concedeu diversas entrevistas.
O Miley Cyrus Brasil está traduzindo todas elas, e você pode conferir agora a entrevista de Miley ao iHeartRadio Canadá logo abaixo.
Tradução: Débora Brotto – Equipe MCBR
IHeartRadio: Olá pessoal, aqui é Shannon do IHeart Radio Canada com a mulher que não precisa de apresentações, Miley Cyrus, como você está?
Miley Cyrus: Muito, muito bem. Feliz por falar com você.
IHR: Muito feliz de falar com você. Eu sou sua fã por tipo, uma década, então um grande momento pra mim.
MC: Isso é muito legal. Muito obrigada. Eu agradeço.
IHR: Legal, então primeiro eu quero falar sobre o fato de que você é muito boa em se redefinir em novos modos e faz de um jeito tão autêntico e verdadeiro com você mesma. Então, o que inspira a nova era de Miley?
MC: Sabe, eu acho que muitos de nós estivemos num período de autorreflexão em 2020. Acredito que todos tínhamos muitas expectativas para este ano e não importa como a gente olha pra isso, elas mudaram de alguma forma e não de um jeito que esperávamos que fosse acontecer, mas ainda fomos capazes de ter esse tempo de autorreflexão que todos nós precisávamos para parar, avaliar e limpar algumas coisas de nossa vida e, fazer isso para seu eu físico, é bem importante: Passar pelos seus traumas e problemas emocionais, ver o que é meu para ter, o que estou pegando emprestado para devolver, o que vale guardar para o bem da minha memória, o vale passar adiante para alguém que precisa mais que eu… e eu acho que essa foi uma parte bem importante da construção desse álbum. Passar pelos últimos anos e olhar de uma perspectiva “o que eu posso aceitar e o que eu acho que não vale mais pra mim, em minha visão”?
IHR: Você acha que esse momento de autorreflexão aconteceu por conta da pandemia?
MC: Sim, claro. As vezes eu acho que uma música faz isso por mim. Eu acho que uma música pode vir como um presente para você e algumas músicas podem penetrar mais de um jeito que quase tiram a letra de dentro que nem sabia que tinha. As vezes você pode quase que sentir isso fisicamente. Esse é um sentimento muito louco. Você passa por isso e sabe que é um presente, você entra num cômodo e vê que é algo que foi dado para você. É um presente. E essa música foi um presente. E, de uma forma, escrita antes de eu sequer escrever. Era pra ser.
IHR: O que você quer dizer? Ela simplesmente apareceu?
MC: As vezes as músicas são muito fáceis de sair. É como um bom relacionamento. Você fala “sim”. Se algo vale a pena, vale o esforço. Não teve esforço, mas precisava de um empurrão. Parecia ainda fácil. Quando você fica preso numa música, parece que não era pra ser sua, que não encaixa. Quando avalio algo, vejo se encaixa ou não. Quando ouço o álbum, quando ouço a música pela primeira vez, encaixa na minha ideia de tudo o que eu queria dizer na mesma vibração onde as palavras combinam. Quando eu escuto Midnight Sky is the road I’m taking e forever and ever no more eu entendo porque veio muito fácil.
IHR: Sim, claro. Qual foi seu pensamento nesse processo de criação?
MC: O que é doido sobre isso é que… Assim, eu dirigi o vídeo e eu estava sentada fora e meu amigo XXX, que foi meu amigo de criação e colaboração, veio e sentou para falar de outra música que vou dirigir e falou “ok eu não sei se deveria te falar ou não, mas eu fiz uma música no final de semana e eu sinto que você vai surtar quando ouvir” e ele tocou pra mim e de repente eu parei tudo e isso era o vídeo que eu estava escrevendo. E eu nem sabia ainda. E ele disse “a boa notícia é que vou gravar um vídeo esse final de semana, para uma música diferente, mas podemos correr para algumas letras” e ele veio em casa no dia seguinte e começou a me perguntar o que eu estava sentindo falta entre eu e meus fãs, que parte da história foi deixada de lado porque fomos de A a C e eu não conseguia encaixar… Tinha um grande espaço dos últimos 2 anos que foi dito de mim por parte do público, como sempre, então eu acho que todos nós decidimos controlar nossa própria narrativa e por isso acho que foi tão importante escrever essa música preencher este vazio.
IHR: Você comentou sobre o público falando de você, isso fica mais fácil em algum momento? Porque você está nos olhos do público por tanto tempo e tem tantas coisas escritas sobre você, você se adapta sobre isso?
MC: Eu não diria que se torna mais fácil, mas que você se adapta mais fácil ao território e hoje eu tenho uma perspectiva mais saudável. Acho que tudo em nossa vida devemos olhar o que está somando ou não e colocando essas duas listas, uma ao lado da outras, eu sempre vejo que mais ganho do que perco, então isso me permite continuar sempre. O ganho é maior que a perda.
IHR: Eu amo isso. Então vamos lá. Como você foi da ideia de vários EPs para um álbum só?
MC: De novo sobre se reavaliar, eu olhei pra isso e pensei que talvez não fosse o melhor passo. Quando eu escrevi a ideia de 3 EPs eu estava num outro momento e escrevi esses álbuns antes de muito mudar na minha vida e, uma parte boa da música hoje, é que se eu tivesse gravado fisicamente eles, alguém viraria pra mim e falaria ‘eu lamento, mas você vai ter que fazer algo com eles e lançar, não podemos jogar fora’, mas a parte boa de hoje é que posso escrever e colocar no ar quando achar necessário. Eu escrevi essa música apenas 6 semanas atrás e agora está tocando para vocês então eu tenho agradeço muito o novo formato da indústria musical como artista.
IHR: Especialmente, eu acredito, que porque, por ser mais recente, pode se identificar mais com você agora certo?
MC: Sim, porque, imagina, eu costumava sentar para promover uma música e falar como a pessoa deveria ouvir e se relacionar comigo, sobre como o tempo cura tudo e quando muito tempo passa, você não está mais tão conectado assim com a música.
IHR: Sim, você acha isso difícil? Porque eu sei que você escreveu Malibu um ano antes de lançar. Você achou difícil promover ela, por exemplo?
MC: Sim, eu estava muito feliz que não me mudei na época porque se não seria uma grande fraude e meu pior pesadelo. É algo difícil quando você lança um álbum que não se sente mais conectado, principalmente, não só sentada aqui falando com você seria difícil, mas sair em turnê sobre esses álbuns por 2 anos e no final você estaria ‘meu, quem escreveu esse álbum? Eu sou uma pessoa completamente diferente!’ especialmente quando é uma pessoa nova e tudo muda tão rápido. É difícil ficar tão conectada com um álbum.
IHR: Claro. Falando um pouco sobre suas músicas antigas e suas carreiras, você assiste Hannah Montana ou os filmes que fez parte ou algo assim?
MC: Eu com certeza me sentiria bizarra assistindo meu próprio programa, mas eu com certeza entendo porque as pessoas gostavam. Uma das razões é porque eu e meu pai realmente tínhamos aquela conexão e muitas pessoas sentavam para ver com suas famílias e então tinha a sua família e a minha na televisão. Eu não sei outro programa que tem esse impacto porque é tão real.
IHR: Realmente. Se relaciona muito dessa forma. Eu preciso perguntar. Devemos esperar um feat com a Dua Lipa?
MC: Estivemos juntas no estúdio. Estivemos juntas no último ano tentando algo juntas e vendo o que encaixa melhor e acho que estamos num bom caminho agora. Estamos tendo um bom tempo em Los Angeles trabalhando em músicas.
IHR: Como tem sido no estúdio com ela? Bom?
MC: Eu acho que ela é a melhor. Ela é uma boa ouvinte e acho esse o melhor tipo de parceria. Ela pode ver da perspectiva dela e como se identifica e também da minha perspectiva e tem sido uma ótima ouvinte e você realmente quer trabalhar com alguém presente e não alguém que está lá pensando no que vai fazer para promover o álbum que ainda está fazendo, ela se compromete com o tempo que está ali.
IHR: Legal! Eu acho que Bright Minded foi um programa perfeito para sair no momento que saiu. Parece que estava pronto logo no começo da pandemia. Tem alguma conversa do programa que você ainda pensa sempre?
MC: Entrevistar a Senadora Elizabeth Warren foi bem legal. A coisa mais legal disso foi que uma semana antes eu estava falando com Paris Hilton então acho que isso mostra Bright Minded pode mostrar e levar todo mundo.
IHR: Sim ele era bem diverso em diferentes maneiras e divertido também. Você pensa em fazer mais Bright Minded em breve?
MC: Desculpa, alguém está enviando e-mails de fora gritando com alguém. Eu não vou colocá-la no problema, mas gostaria.
IHR: Sim, faça isso.
MC: Sim. Ela disse para fazer isso. Não, não farei isso. Ela está nervosa. Nós estamos acordados desde as 5 da manhã, mas, desculpas, vamos lá, o que você me perguntou?
IHR: Se o Bright Minded é algo que você poderia voltar a fazer
MC: Eu definitivamente gostaria de voltar a manter essa comunicação com os fãs porque era mais que um talk show, era estar ao vivo conversando diretamente com meus fãs e com alguém que eu estava tirando vantagens das ferramentas que temos e era um jeito muito fácil de me conectar com os fãs. Com certeza quero continuar com isso.
IHR: Com certeza e agora na pandemia é algo que todos precisam. Acho que foi perfeito.
MC: Acho inclusive que tem uma teoria que tudo o que as pessoas fazem, eles fazem para eles mesmos e mais sofisticados. Quando mais, melhor. Isso significa que se você faz algo legal para alguém, sim você faz porque quer fazer bem, mas porque faz você ajudar as pessoas. Você dá e você recebe. E eu pensei que isso que aconteceu com Bright Minded. Todos os dias devolvendo aos meus fãs e eu ganhando mais e mais em troca. Eu não me sentia sozinha, me sentia conectada, é menos assustador porque estar sozinha é assustador e eu acho que todos ali ‘hey não estamos sozinhos nessa’ deu um sentimento de paz e calma.
IHR: Sim, ter uma companhia. É muito, muito bom. O que é muito bom sobre você também é que você é muito aberta e autêntica em tudo o que você faz e no programa realmente mostrou isso e você falou sobre o fato de que está sóbria há alguns meses agora. Você acha que a pandemia deixou mais fácil ou difícil passar por isso?
MC: Eu acho que muitos tiveram problemas com a sobriedade no começo da pandemia porque era um tempo de muitos objetivos, que são motivos para mudanças ou se manter no caminho. Você sabe que pode se manter distraído aqui, mas com os olhos no prêmio ali. Perder tipo a luz no fim do túnel fez com que muita gente tivesse problema no começo e é difícil porque também quer criar grupos de apoio que lutam pela mesma coisa e quando você perde esse grupo também fica ainda mais difícil. Eu encorajo todos, seja pela sobriedade ou para conseguir um diploma ou qualquer coisa, se mantenha no seu caminho. Eu aprendi uma lição valiosa, quando tudo isso passar, você quer olhar para trás e ver que ficou fiel ao seu caráter e nunca se tornou algo que não ficaria orgulhosa porque é a vida real. Eu sei que parece que a vida está pausada, mas não está.
IHR: É verdade.
MC: Ainda tem um papel da família e os amigos escrevendo quem é você. Então cuidado.
IHR: Sim, eu adorei isso. É ótimo. Então, que queria saber isso de você especialmente porque o movimento Free Britney está tão grande nos últimos meses e você é uma grande fã dela e até gritou no programa ano passado. Qual sua opinião sobre toda a situação?
MC: Eu acho que da visão do público é difícil relacionar porque eu não conheço a Britney tão bem. Eu me sinto mais uma especuladora pública e sempre me pergunto se esse é meu lugar, se estou sentada de fora achando que sei detalhes que eu não sei e reclamo igual o público faz comigo. Então eu acho que ela tem que falar como quer ser tratada, eu não conheço ela tanto assim pessoalmente para saber detalhes, mas eu grito muitas coisas no meu programa. Mas eu também acho que Britney, assim como todos, deveriam ter a liberdade de viver mais autêntica possível para ela.
IHR: Verdade! Então, eu sei que você está no TikTok, obviamente gigante, todos estão fazendo dancinhas, muita gente mais nova e quando eu tinha essa idade eu estava dançando Hoedown Throwdown.
MC: Sim, velhos passos do Tik Tok.
IHR: Sim! E o que acha de fazer um Tik Tok de Hoedown Throwdown?
MC: Sim… Sabe, eu estava no meio de um processo com outras pessoas do Tik Tok e eu estava falando como o artista é o influencer OG. É o que costumávamos fazer. E agora é sobre os jovens montarem esses passos e eu amo. Eles servem de inspiração… ver as crianças controlarem sua criação, controlarem o que vão colocar lá e também ver a geração mais nova falar ‘hey, isso é o que é legal’ e agora eu sou apenas uma seguidora.
IHR: É verdade. Mas eu ainda acho que você deveria fazer um Tik Tok de Hoedown Throwdown e ser a influente pra você mesma.
MC: Talvez eu faça. Eu preciso lembrar. Talvez você se lembre mais que eu.
IHR: Você não lembra?
MC: Na verdade não, mas me pergunta de novo quando eu estiver sóbria. Eu fumei muita maconha. Tem muita maconha aqui.
IHR: Obrigada pelo seu tempo, foi uma honra
MC: Muito obrigada! Fique bem!
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