Miley Cyrus falou sobre como seu passado na Disney Channel dificultou para que as pessoas a levassem a sério como cantora de rock.

Miley Cyrus e Mickey Guyton são a última dupla de cantoras a aparecer no “Musicians on Musicians” no podcast da Rolling Stones. No episódio dessa terça-feira, 16 de Novembro, a dupla discutiu sobre como quebrar barreiras entre a música rock e o country, respectivamente, e detalhou os momentos de suas carreiras onde eles deixaram a cautela de lado, para serem fiéis a si mesmos.

Cyrus deu início a entrevista conjunta, falando sobre como seu passado na Disney Channel e seu tempo como Hannah Montana dificultou para que as pessoas a levassem a sério como cantora de rock.

“A controvérsia que temos, que é bastante similar, é agora estar usando esse momento de transição da minha carreira para fazer o que eu sinto que deveria fazer, que seria o rock. Não era como se fosse fácil abrir essa porta para mim, por causa da minha história, vindo de uma estrela infantil, estar em um programa de TV usando uma peruca. Você não atrela isso a uma pessoa tocando com o Metallica” Cyrus explicou.

“No final de tudo, era minha firme convicção de que é isso que eu deveria fazer. E eu estou disposta a deixar esse período de transição ser desconfortável. É desconfortável fazer algo que não é comum, mas aquela recompensa, aquela recompensa que você tem quando seu álbum é lançado e as pessoas cantam as músicas que você criou, não há nada que se compare a isso.”

Cyrus então perguntou a Guyton quais foram suas experiências pessoais dentro do mundo country. E a cantora de 37 anos revelou que, inicialmente, tentou se moldar bastante para se encaixar no gênero. Como tal, Guyton garantiu que seu primeiro álbum de estúdio, Remember Her Name, representasse sua experiência como uma mulher negra na música country.

“O objetivo deste álbum era escrever músicas que fossem verdadeiras para mim e escrever música country da perspectiva de uma pessoa negra, e minha música country é tão diferente de outra pessoa. Há essa caixa em que as mulheres na música country deveriam se encaixar, mas acrescente uma mulher negra, e a caixa é ainda menor do que a caixa”, disse Guyton.

“Recebi essa caixinha minúscula destinada a fazer algum barulho, mas não muito barulho. Só de assistir artistas como você, Kacey Musgraves, que assumidamente ficavam tipo ‘Fodam-se vocês, é isso que vou fazer. Isso é o que vai acontecer, e é isso. Você vai me aceitar ou não.’”

Ela continuou: “Naquele ponto, eu não tinha absolutamente nada a perder porque nunca tive a aceitação desta cidade em primeiro lugar. E então eu literalmente limpei minha lousa. Tive uma conversa muito honesta com meu marido. Eu perguntei a ele por que a música country não estava funcionando para mim e ele disse que eu estou fugindo de tudo que me faz diferente. Ele me chamou a atenção tão forte. Como se fosse um soco no estômago. Eu estava usando meu cabelo e tentando me vestir e tentando agir como essas mulheres na música country, e foi tão tóxico para mim. E é isso que este álbum é, literalmente sou apenas eu liberando todas as correntes que coloco em mim. Eu tinha permitido aquilo. Eu poderia ter dito isso absolutamente não há 1000 anos atrás e eu estaria em um lugar tão diferente, e acho que tive que crescer para isso. E uma vez que fiz isso, fui capaz de lançar e escrever, e não me importei onde essa música pousou. Não importa. Eles disseram, ‘Você queria chegar às rádios country’ e eu, ‘Não vou apostar em nada que não me apoiasse desde o início.’”

Guyton cantou mais recentemente “Love My Hair” no 55º CMA Awards anual em 10 de novembro. O álbum de estreia de Guyton, Remember Her Name, alcançou a 47ª posição na parada de álbuns country da Billboard, enquanto o álbum mais recente de Cyrus, Plastic Hearts, ganhou seu #1 na parada de álbuns de rock.

Fonte | Tradução e adaptação: Thayná Araújo e Allan Andrade
Equipe Miley Cyrus Brasil