Tradução: Débora Brotto, Giovanna Bianchi, Lara Moraes, Letícia Abreu, Lucas Gomes, Pedro Onofri e Welison Fontenele
Revisão: Elton Junior & Gabriel Brito
Legenda: Dário Butkevicis
Publicação: Elton Junior & Larissa Vilarinho
Equipe Miley Cyrus Brasil
Miley Cyrus segue concedendo diversas entrevistas em diferentes meios de comunicação para divulgar seu mais novo single, o hit Midnight Sky, de seu novo álbum, ainda sem título e previsão de lançamento.
E recentemente a loirinha mais rock n’ roll anos 80 cedeu entrevista ao famoso podcast de Joe Rogan que possui mais de 9.5 milhões de inscritos somente no YouTube, onde conversaram sobre veganismo, Midnight Sky, RuPaul’s Drag Race, VMAs e muitos outros assuntos.
O Miley Cyrus Brasil se comprometeu a traduzir o máximo de entrevistas possível e, claro, não poderíamos deixar de traduzir mais essa. Entretanto, como Cyrus repete muitas histórias já traduzidas em outras entrevistas (você pode lê-las clicando aqui), segue abaixo os destaques do Joe Rogan Experience + vídeos legendados.
Cirurgia e Voz
Em 2019 Miley passou por uma cirurgia nas cordas vocais e precisou ficar sem falar e muito menos cantar por semanas. Cyrus conta que foi uma grande mudança para ela e um dos motivos que a fez refletir sobre a questão do uso excessivo de drogas, álcool e de mais hábitos.
“Eu estava em um museu de Boston e um homem veio até mim, sem ter ideia de quem eu era, ele só estava contemplando a arte do museu e começou a conversar comigo sem parar, falando sobre a minha voz e foi tão legal uma pessoa me parar pra elogiar a minha voz dessa forma, sem ser cantando, isso nunca havia acontecido comigo antes. Eu sinto que poderia ser qualquer pessoa!”
“E eu acho que eu virei o “exemplo” de muitas coisas, contra a minha vontade. Acho que pelas minhas opiniões… Quando você está onde eu estou, sua opinião se torna sua identidade. E eu comecei a tentar fazer as pessoas entenderem que eu tenho meu estilo de vida, que o álcool nunca foi meu problema. E que existem outras coisas que me “animavam”. E agora eu evito beber porque gosto de acordar 100%, mas isso nunca foi meu real problema. Eu consigo me ver bebendo em uma festa no futuro, mas eu estou tão de saco cheio agora que não vejo motivos para isso. Então, isso é uma escolha muito pessoal minha. Eu não acho que ninguém precise seguir esse estilo de vida, mas acho que podiam experimentar. É algo bom, você aprende muitas coisas sobre você e as pessoas a sua volta. E não sei como minha mãe conseguiu lidar comigo porque é difícil e assustador.”
Relação com a Mídia
Recentemente a equipe de Miley também revelou como esse formato de entrevistas (podcasts e rádios) é mais agradável em questões de distorcerem o que Cyrus fala em suas entrevistas, algo facilmente passível de ocorrer em entrevistas a revistas. A cantora também relembrou como os sites de fofocas mentem sobre sua vida e carreira como forma de lucrar com notícias falsas.
“O mais louco é que, novamente, meu pai já passou por coisas assim. Quando ele foi indicado ao Grammy e acabou não ganhando, e é muito bom termos essa relação, dele ter passado por certas coisas antes de mim, é aquela parceria. Mas são dois pontos: eu não leio essas m*rdas, elas entram na minha vida quando eu me deparo com a capa de uma revista, andando na rua e eu leio “Miley Cyrus está usando drogas e está grávida” e eu fico tipo “uma dessas coisas é verdade, mas a outra não, vai se f*der por ficar mentindo sobre mim!”
Durante a entrevista, Miley também contou como está curtindo a forma como está divulgando seu novo trabalho musical e que se sente que está trazendo essas informações de forma mais atual.
“Nessa indústria, as coisas chegam meio atrasadas. Não agora que eu estou aqui em um podcast, mas antigamente, quando eu tinha 13 anos e eu iria gravar uma música para as cópias físicas de CD, eu tinha que gravar com muita antecedência, era coisa de 6 meses antes. Eu participei de um especial de Natal da Dolly Parton e gravei uma música natalina em julho, foi a coisa mais esquisita que fiz na minha vida e você acaba sempre contando uma história que vai chegar atrasada para as pessoas, especialmente quando o assunto é a mídia. Então o que eu gosto de como fazemos as coisas agora é que eu estou aqui no seu programa, falando sobre isso agora e as pessoas vão ouvir sobre isso agora. É uma informação atual. Antigamente, eu daria uma entrevista para uma revista e até chegou a acontecer isso… Eu dei uma entrevista para a Vanity Fair e eu estava casada, no momento que a entrevista saiu, eu havia me divorciado e isso estava por toda a parte… E você não conseguia contar sua história, o que estava acontecendo em tempo real. Eu amo a maneira atual que os lançamentos das músicas acontecem e toda a divulgação… Por conta disso! Eu sempre sentia que estava lançando algo atrasado e agora eu consigo fazer minha arte de uma forma que eu converse com o meu público sobre o que está acontecendo. E uma coisa que sempre aconteceu muito comigo é de conhecer uma pessoa e ela falar tipo “caraca, você não é tão louca quanto eu pensava!”. E eu respondo “obrigada (eu acho)!” Porque perdíamos esse timing e eu acho isso uma coisa muito esquisita de uma pessoa falar pra você.”
Miley: Eu não leio sobre o que falam de mim, mas eu precisei reaprender que tudo o que falavam e escreviam não era verdade, precisei colocar isso na minha cabeça. Até quando eu vou conversar com alguém, eu repasso um script na minha cabeça. Eu não gosto de fazer algo sem direcionamento, sem seguir o ponto que eu quero, meus objetivos. Eu sei que eu tenho isso como uma artista, quero ter uma carreira longa e eu preciso fazer as coisas para conseguir isso. E eu preciso escrever sobre o direcionamento que eu vou tomar em uma conversa, mesmo com pessoas que estão na minha vida. E eu acho que escrever as coisas, tem um certo poder. Não gosto de escrever o que não é verdade. Eu não escrevo músicas que eu odeio. Porque se é algo que eu vou escrever, precisa ser algo que esteja vivo em mim.
Joe: Então você diz que ler coisas que as pessoas escreveram sobre você te fazia pensar que eram verdade?
Miley:: Sim e ás vezes eu tentava provar certas coisas que eu não precisava provar. Ás vezes eu tentava provar algo que eu não precisava provar. Por exemplo, do nada eu tentava provar que eu não era louca quando eu sabia que eu não era louca…
Uso de Drogas e sua Saúde
A cantora também fala sobre o uso de drogas e como começou a refletir sobre seus hábitos e como isso afetou suas decisões atuais após começar terapia e após uma recente tomografia. Ela conta que lê muito e consulta o terapeuta para se informar.
“Eu estava indo viajar quando eu tinha 17 anos talvez, eu estava passando pelo aeroporto e eu vi um livro que dizia “mude o seu cérebro, mude sua vida” escrito pelo Doutor Daniel Amen que agora é o meu terapeuta já faz 10 anos e eu não conseguia entrar no avião, eu estava tendo um ataque de ansiedade completo, e estava fumando muita maconha, eu estava tomando muito uma droga mais forte que o Ecstasy, e eu tinha 17 anos.
“Eu comecei a ficar um pouco louca, as vezes fazendo coisas, causando algumas brigas com meu namorado que eram desnecessárias, elas aumentaram. Eu me lembro de uma vez que eu destruí o meu carro no portão e eu disse “isso tudo é culpa sua” e eu estava dirigindo o carro, como que seria culpa dele? Eu não tinha uma boa ideia da realidade na época, então eu estava saindo do país pela primeira vez sem a minha família, eu estava indo para a Costa Rica e estava no aeroporto e vi esse livro “mude o seu cérebro, mude sua vida” e eu pensei “eu quero mudar a minha vida, eu não gosto de onde isso está indo com meu cérebro, eu não gosto de quem eu está morando na parte de cima de mim e isso está me irritando muito”, então eu comprei esse livro e me fiz subir no avião. Eu tive alguns ataques de ansiedade nisso de quando você vai a lugares, como no meio de uma floresta. Você pega pequenos aviões e do nada você está em um quatro rodas rumo ao lugar que você está indo. Direto eu tinha que parar porque eu ficava com dores de cabeças leves, dores no peito e tudo isso e o terapeuta me disse “pare com a maconha em primeiro lugar. Livre-se da maconha, livre-se dos psicodélicos” e eu também cortei glúten da minha dieta por um tempo, então eu tinha uma noção do que seria o meu corpo em um nível natural.”
“Eu comecei a fazer exames de sangue e algumas tomografias que se especializavam em olhar o meu cérebro, porque o que eu gostava muito sobre as tomografias é que você consegue me dizer que eu tenho um braço quebrado sem olhar para ele. Eu poderia falar que doía etc.”
Miley também conta que o resultado de seus exames revelam que seu cérebro foi afetado por grande estresse ao longo dos anos e que é recomendado que ela atente-se a essa questão. Cyrus também diz que sua mãe também tem muitos problemas com surtos de ansiedade.
“Eu acho que ele (o médico) até trabalhou com alguns atletas. Ele trabalhou muito com jogadores de futebol. Ele me disse que eu sou quase um jogador de futebol pela vida que eu levei. Eu tenho que fazer todo o resto certo. Se você vai viver sob essa quantidade de estresse, que é bem anormal, é como se fosse atingida na cabeça várias vezes e então eu preciso fazer o restante certo, preciso ser bem assídua com os meus suplementos, eu tenho que tomar cuidado com a comida que eu como. A minha mãe sempre fala “vocês estão pensando demais, eu comi cheetos todo dia”, o que é verdade, “e vou comer pelo resto da minha vida” e eu falo “sim, mas você não é como uma superestrela que tem que subir no palco e fazer duas horas de show, meu coração tem que estar em uma boa condição, eu preciso estar em uma boa condição“. A propósito, minha mãe tem ataques de pânico malucos, então eu não posso ter isso. A minha mãe já fez eles pararem com força os freios de um avião para sair dele e me fez dirigir do Canadá ate o Tennessee. Eu dirigi do Tennessee até o Canadá nove vezes por causa da ansiedade dela. Eu já dirigi de Nashville para a Califórnia umas quatro vezes por causa da ansiedade dela, então eu não escuto a minha mãe.”
Veganismo
Ao Joe Rogan Experience, Miley revelou que não é mais vegana e explica que ao longo de quase 10 anos seguiu esse estilo de vida e alimentação, mas que seus problemas de saúde forçaram-na a voltar a comer ao menos peixe para adquirir o ômega necessário para sua saúde.
Cyrus conta que mesmo seguindo corretamente a alimentação, tomando todos os suplementos e bebidas proteicas necessários, sofria de fortes dores no quadril possivelmente inflamados e também estava afetando seu cérebro. Além de relatar que estava sentindo fome muito rápido.
A cantora também lembra que a primeira vez que voltou a comer carne foi quando seu ex-marido, Liam Hemsworth, fez peixe e ela chorou.
“Eu realmente adoro me exercitar e fazer todo o meu treinamento com pesos, minha resistência e então o tipo de veganismo que eu estava tentando… Acho que estou realmente me reconstruindo para perceber o que funciona, na verdade agora estou em um período muito experimental, na verdade é divertido falar sobre isso, porque eu sei que você meio que provavelmente tem algumas boas sugestões sobre isso, mas estou experimentando muito com minha dieta e meu corpo e minha rotina e meus exercícios agora porque, quero dizer, meio que deixar o veganismo é realmente assustador como você disse, o público meio que vai me destruir por isso.
Crescer diante dos Holofotes
Joe: O seu pai já conversou com você sobre o que a ansiedade foi para ele quando ele se tornou famoso? Para as pessoas que não sabem, nos anos 90 o seu pai era uma superestrela.
Miley: Mas ele tinha um estilo de vida totalmente diferente do meu. O meu pai cresceu em uma casa que não tinha nem banheiro dentro de casa. Meu pai nunca tinha ido ao dentista até completar 30 anos. Ele cresceu pobre. Meu tio ainda mora na mesma casa, mas ele tem um banheiro agora porque meu pai colocou um, mais ainda é a mesma casa. Meu pai cresceu em uma das áreas mais pobres do país. Ele cresceu no Apalaches e Kentucky e minha mãe também, então eu já fui lá muitas vezes e tive a oportunidade de ver de onde ele veio. Então ele teve um relacionamento diferente com a fama porque ele foi de ‘não ter nada’ para ‘ter tudo’ e eu fui de ‘ter tudo’, se olharmos a maneira que eu cresci. Morava em uma casa enorme, em uma grande fazenda. A única coisa que eu ficava triste é que não tínhamos vizinhos ou crianças normais ao redor porque eu morava em uma grande fazenda isolada, embora fosse para a escola e tinha essa vida normal, mas se você realmente olhar para ela, eu não sabia, quando era criança, que eu tinha tudo, mas eu tinha tudo. Então eu fui de ‘ter tudo’ para ‘ter mais’ e eu não sei o que é mais difícil de humanizar sobre você mesmo, porque a minha vida é muito única então é muito difícil para eu sentar com alguém e me relacionar a ela. Eu acho que isso me fez ficar assustada porque a minha mãe não gosta de ficar sozinha, então eu tenho esse medo na cabeça de que se eu não quiser ficar sozinha, mas eu acho que o que te faz sozinho não é o número de pessoas que estão ao seu redor, mas tipo, eu estou me relacionando com as pessoas? Eu estou me conectando?
Joe: Você deve ter dificuldade de se conectar com as pessoas porque eles não tiveram as mesmas experiências de vida como você. A sua realidade é como se você estivesse dentro de um aquário e você está com pessoas que não estão nesse aquário.
Miley: Aqui está a diferença do aquário. A gente normalmente coloca o peixe dentro do aquário, eu nasci dentro dele, mas aí de novo, eu me coloquei nele. Então se você tem um beta, você é o que fez isso.
Joe: Você fez isso quando criança, você não sabia o que estava fazendo.
Miley: Mas os meus pais não queriam que eu fizesse isso. O meu pai nem ia com a gente para as audições, ele na verdade estava um pouco chateado com a minha mãe sobre isso, e minha mãe estava tipo “eu vou fazer isso, se ela ficar nessa cidade pequena ela vai acabar como todo mundo que acaba em drogas”, então ela me levou para Los Angeles. Mãe, olá! Ela nem fumava maconha ainda. Isso nunca foi o que eu ouvi falar. Vamos evitar drogas em Nashville, e vamos pegar drogas melhores em Los Angeles.
Relacionamentos
Durante a entrevista, Miley e Joe entraram no assunto “relacionamento”, onde conversaram sobre términos e como Miley se sente sobre superar relacionamentos.
“Eu não quero ter uma conversa sobre sexismo ou homem vs mulher porque eu amo caras e eu me relaciono mais com caras, mas eu acho que homens na minha vida já me falaram que eu sou uma vadia fria porque eu ia embora quando as coisas terminavam. Eu gosto muito de coisas loucas, mas eu não fodo caras mortos e quando termina, está acabado e você está morto pra mim então vamos seguir em frente, então é assim que eu me sinto sobre isso.”
“Eu diria muitas coisas, mas eu não faço isso. Então é aí que eu penso onde eu peguei essa ideia, que na verdade eu fico grata que você me disse isso porque eu fico com essa batida no cérebro de diferentes ângulos. Todo mundo tem orgulho de mim, como você disse, de ser resiliente e eu tenho muita culpa. Eu sou uma pessoa muito culpada. Mas se te amam, têm que te deixar, mas quando não te deixam é uma coisa difícil.”
“Eu tive um cara tentando cagar em mim uma vez, ele uma vez disse “você quer um cara que fará o que você quiser” e eu disse “é aí que você está errado”. Eu quero todas as coisas desafiadoras se for algo que é fácil eu não quero isso, porra, eu nunca fiz, é por isso eu não continuei vivendo minha vida em Nashville, onde éramos os maiores peixes do pequeno lago e todo esse tipo de coisa, sabe, eu precisava de mais e a razão pela qual digo isso com confiança é porque estou realmente disposta a fazer o trabalho, e também estou disposta a olhar para mim mesmo de um nível humano e também ver o que meu corpo precisa para prosperar e eu sei que isso não pode ser cocaína para mim e eu sei que não pode ser álcool e sei que, infelizmente, adoro peixe, mas neste momento tenho que comê-lo para poder fazer meu cérebro funcionar tão rápido quanto você e eu estamos indo agora ou o que eu tenho que fazer no final do dia e ir para o estúdio à noite e me entender como uma humana, não há nada sobre mim que pense que sou sobre-humana e eu acho que tomaria isso como algo que me torna única porque eu não acho que sou realmente. Eu sei que há algo especial sobre mim e minha vida, mas eu não sinto que neste nível de ser humano sou diferente e sei o que é preciso para manter esse motor funcionando e também sei quando dar um tempo. Cara, eu tive alguém que tentou me machucar e disse isso, quer dizer, eu tive pessoas realmente incríveis na minha vida, mas eu tive pessoas que tentaram me machucar também, eu até trouxe meu cachecol para caso eu me emocione, porque realmente talvez aconteça. Recentemente, alguém tentou me dizer que todos na minha vida têm medo de mim e isso realmente me deixa chateada.”
Miley também fala sobre autonomia emocional em seus relacionamentos e refere-se a letra de seu novo single, Midnight Sky.
“Não preciso de um homem ou mulher que cuide de mim. Eu posso cuidar de mim. Eu tenho dinheiro, eu tenho todas as coisas que preciso para cuidar de mim mesma. Eu preciso que eles estejam dispostos a cuidar deles. E agora estamos usando a palavra ‘precisar’. Para a música, eu realmente não PRECISO estar em um relacionamento então isso é bom, chegamos no ponto, viu? Isso é terapia. É um momento muito fundamental pra mim agora. Eu não tenho sido solteira desde 2015, em que tiveram uns meses… Tiveram uns meses aqui e ali que estive solteira, mas não um longo período de tempo. E sabe, algo que estou muito animada é essa performance no VMAs está chegando e eu amo que é a primeira vez que estarei naquele palco como uma mulher foda madura, solteira e segura que já trabalhou muito. Eu fiz O TRABALHO, e isso é algo que algumas pessoas dizem “como você chegou nesse nível? Você acabou muito bem”. Tipo, cara, eu trabalhei muito duro nisso.”
Covers
Joe: Nós já tocamos seu cover de Jolene nesse podcast uma vez.
Miley: Muito obrigada. Muitas crianças acham que essa é a minha música agora, isso que eu gosto em fazer covers. Eu acho que você estava falando o tributo ao Cornell em algum momento e isso que eu amo. Meus fãs não saberiam, a não ser que eu tivesse introduzido eles. E isso é algo que eu realmente amo, e isso aconteceu recentemente com Midnight Sky e Stevie Nicks. Tem uma amostra de Edge of Seventeen, que eu tive a benção dela que me permitiu fazer. Eu tinha outra melodia. Uma melodia B definitivamente B que com certeza não é Edge of Seventeen que está no meu top 5 de músicas favoritas. E ela disse “pode pegar emprestado de mim quando quiser”..
Miley: E eu andei na estrada com Joan Jett um tempo também quando ela estava em tour com o The Who. Eu saí com ela. Até quando eu aparecia em sua casa e ela estava muito agitada, e gritava para seu empresário Kenny, que administra ela e sua banda desde o início “Kenny, temos que arrumar pra ela comidas mexicanas ou algo do tipo. Olha pra ela! Ela vai quebrar ao meio!”. E do nada, toda essa comida começa a aparecer no meu quarto. Eu acho que ela provavelmente viu, não só na banda dela.
RuPaul’s Drag Race
Grande fã de documentários, séries e reality-shows, a loirinha não pôde deixar de falar sobre RuPaul’s Drag Race e defendeu suas amigas com elegância quando Joe Rogan foi indelicado em um de seus comentários.
Miley e Joe continuam por um bom tempo conversando sobre o programa e assistindo vídeos de performances. A cantora relembra que uma das drags se apresentou com ela no VMA de 2015 e completa dizendo que ela é sua amiga. Cyrus também explica a diferença entre um death drop e um espacate.
Miley: Eu já vi esse.
Joe: Então death drop é quando você faz um espacate?
Miley: Isso é um death drop e um espacate, eita lá vem ela!
Joe: Isso foi um death drop?
Miley: Não isso foi um espacate.
Joe: Qual a diferença?
M: O death drop você está em pé, vamos ver um spoiler, você tem que encontrar um death drop, isso não é um death drop, procure pela temporada, talvez a décima temporada, não, temporada nove, Laganja Estranja, isso, isso, você encontrou! Laganja Estranja.
Dolly Parton e Jolene
Miley e Joe conversam sobre Dolly Parton (madrinha da cantora) e a música Jolene. O entrevistador diz que ‘Jolene’ deveria ser linda e a estrela responde “Jolene era linda, mas não existiu ninguém mais linda do que Dolly”.
M: E eu amo o jeito que ela criou a própria identidade. Ela criou a identidade da vadia da cidade. Todos tiravam sarro dela e ela ficava tipo “eu estava olhando pra ele tipo… ah…”, isso é uma marca inteira, eu amo isso e só tentei recriar isso.
J: E isso podia ser visto em tudo que ela fez, ela era tão adorável.
M: Ela leva produtos personalizados para todo lugar. De baixo até em cima, não importa quem trabalhou no set naquele dia, vai ganhar um chapéu da Dolly, autografado, ganha donuts. Ela é simplesmente incrível. Eu acho que é um grande motivo pelo qual tem sido possível que eu… não só porque ela vai ficar brava, mas também porque você só não quer decepcionar Dolly.
J: Você é muito sortuda por estar conectada a essa linhagem. O fato de que você está ligada a Dolly Parton. Bem, se você é um jovem cantor de country e conhece Willie Nelson, é tipo “Caramba! Você precisa cultivar essa relação”.
M: É tipo meu pai com George Jones, foi com quem eu cresci por perto minha vida inteira. George foi a mão direita do meu pai, foi doloroso demais para ele quando George morreu, pois foi o ícone do meu pai.
J: Tem algo sobre isso, não? Sobre esse velho guarda que prepara os mais jovens.
M: Eu quero ser essa pessoa, se eu chegar até lá.
J: Claro que vai. Se alguém passa por tudo que você já passou, da maneira com a qual você olha para isso, não é fácil, mas você consegue.
M: Obrigada. Eu gostaria de ser assim com a próxima artista e continuar sendo. Ate mesmo para minha posição, nunca gosto de ver, dizer ou parecer que eu sei algo que um novo artista não sabe, mas tenho feito isso há 15 anos agora, meu programa foi lançado quando eu tinha 12 anos, agora tenho 27, farei 28 em um mês.
J: Não é tanto sobre você saber algo que eles não saibam, é apenas o que você sabe. É muita coisa relevante que eles não sabem.
M: E eu sinto que é como se eu nunca houvesse sabido o que é inveja ou competição pela Dolly, Joan e Stevie. Por isso que quando eu falo com Stevie, ela responde: “Eu sei que essa coisa do corona está acontecendo, mas podemos sentar a seis pés de distancia no meu quintal e conversar? Eu só quero me fazer presente”. Foi o que ela escreveu pra mim da última vez. Passar pelo que passei nos últimos dois anos, bem acho que um das dores físicas é a dor do crescimento, sinto que algum dos crescimentos que eu tive…
Música e Nudez
Durante a entrevista, eles relembraram um pouco sobre a época de Miley na Disney e falam sobre o pós-Disney.
J: Você está se tornando você mesma, ao invés de uma pessoa rebelde, que está tentando escapar das barreiras do seu interior.
M: É por isso que no meu clipe, me mostra segurando um microfone com o pedestal e a razão pela qual isso foi tão importante é que eu não estou só ficando nua mais, é que a música vem primeiro. Acho que as pessoas são muito visuais e se você segura o microfone na sua mão e diz: essa é quem eu sou. Isso vem primeiro. A propósito, eu não venho sem isso.
J: Sim.
M: Nos VMAs, tentaram que eu deixasse o microfone de lado para algo que eu farei, e eu disse “Claro que não!”. O que você ta pensando? Não posso ser Britney Spears, com um headset e uma cobra. O que importa? Eu não quero a cobra, não quero o choque. Sabe? E até teve alguns comentários nesse dia sobre… foi uma conversa interessante sobre a iluminação, pois eu tenho aprendido muito dos diretores, eu não fui para a escola de cinema, porém eu fui colocada nisso de certa forma, então eu dirigi esse último vídeo e é isso que quero fazer nos próximos 10 anos. Amo escrever e dirigir e meio que trabalhar em filmes desse jeito, então agora tenho melhor entendimento de câmeras e luzes, então eu estava perguntando algumas questões não sobre coisas de diva tipo “só quero ser filmada desse lado”, ou algo assim, eu queria que as luzes estivessem apagadas. Queria que as luzes do lugar só estivessem iluminando a mim, sem luzes de beleza, e luzes de beleza são sempre usadas em mulheres e eu disse “desliga a porra das luzes, você nunca diria a Travis Scott ou Adam Levine que eles não poderiam desligar a luz de beleza. Eu quero a luz vermelha”, e eles ficaram tipo “tudo bem, tudo bem”, façam o mesmo que fazem com os caras, pois isso é o que eu quero. Então algo que estava fazendo, mas não posso falar, algo que eu estava fazendo para o VMA, minhas pulseiras ficavam embolando nas coisas, e eles disseram “sabemos que quer ser tratada como um cara, mas não estaríamos passando por isso se um homem estivesse fazendo isso”. E eu disse “bem, um cara não estaria fazendo isso, pois um cara não vende seu show com sexo da maneira que eu farei”. E eu sei disso.
M: É por isso que eu comecei a dirigir as minhas coisas. E é por isso que eu amei tanto fazer meu último clipe, e dirigi-lo, foi porque um: eu pensei sobre minhas cenas quase que como um relacionamento. Você tem um relacionamento com isso e quando acaba, acabou. O que dói não é o relacionamento, mas é o que você segura para tentar dar certo e não funciona, é o que eu fiz no vídeo. E é isso que eu odiava quando era criança, sabe, dos diretores não saberem o que queriam e ficando frustrados com a criança por não se apresentarem apropriadamente, e é tipo, você não está se comunicando. Eu sou uma criança, você é um adulto e não está se comunicando corretamente, e aí você está me colocando no chão por não conseguir fazer o que você nem sabe o que quer. E isso sempre foi frustrante para mim e penso que é por isso que não sou maleável nas minhas relações atualmente, é melhor que saiba o que quer. Eu não estou interessada em pegar novamente 10 anos da minha vida como fiz com meu primeiro amor para descobrir isso.
J: Quando você está construindo uma música, você tem alguém tipo, quando está fazendo um álbum ou tem uma música, você colabora com as pessoas ou escreve a música inteira sozinha e depois leva para alguém e outros músicos? Como você constrói algo?
M: Tem sido diferente. Em ‘Bangerz’, o que eu acho que minha carreira como artista solo começou lá, mas nem tanto. Quando comecei a trabalhar no meu primeiro álbum, que se chamou ‘Breakout’, e foi porque eu estava me libertando do personagem que eu estava vivendo…
J: Há quanto tempo foi isso?
M: 2007, eu acho. Talvez algo assim.
J: Há 13 anos, meu Deus.
M: Eu já tinha dois álbuns lançados, mas eram da Hannah Montana. Eu já tinha dois álbuns que haviam sido número 1 e tinha feito todas essas coisas
Saúde Mental
A cantora falou sobre saúde mental e revelou que tanto ela, como a família, vão muito ao médico e possuem “tipo um médico mensal”. Ela também falou sobre números e charts.
M: Dr. Amon tem um livro “Brain in love” e eu li muito porque eu tinha a tendência de sempre precisar de alguém na minha vida e sabe eu realmente amo informação factual que você pode ver e entender que não é a única estranha, que não é uma viciada em amor e entender que é isso que está realmente acontecendo com você e você pode controlar como te afeta e como controlar suas reações, mas quando você ama uma pessoa, os primeiros meses você realmente se sente chapada em drogas. É o mesmo sentimento. E ele escreve sobre como isso meio que vai mais de cocaína que é um tipo que bate mais rápido e que você sempre precisa mais e vai para uma heroína que é algo que te completa, sabe eu chamei um amor meu, quem eu estava e nós nos divorciamos e foi quase um pacificador e foi algo que eu precisava não porque nós não estávamos mais apaixonados, mas porque meu cérebro estava me convencendo de que isso era melhor e confortável. Mas na verdade saber que eu estava cedendo para um vício me fazia muito pior, eu tinha uma ressaca, no outro dia dormíamos juntos, acordávamos juntos e eu acordava de ressaca. Parecia uma recaída toda vez que eu voltava.
J: As pessoas fazem isso uma para as outras, não é nem culpa de ninguém, você nem percebe que é parte desse ciclo vicioso. E então você se encontra envolvido nisso, encontra uma pessoa nova e “acorda”. Talvez para uma nova pessoa que vê na academia, no trabalho ou onde quer que seja que você vê pessoas.
M: O que é engraçado disso é que eu acho que eu só percebi algo sobre mim agora é que de repente é inevitável, sabe, eu estou te contando que isso não é verdade e aqui é onde eu volto no que eu disse porque eu preciso trabalhar nisso um pouco, então é tipo “ok, não é verdade para mim ver todas essas coisas que estão na minha cara, não importa se estou ou não olhando. Eu tenho muitos problemas em ver o lado bom das coisas. Quando as pessoas me mandam o status das minhas músicas eu nem abro, quando me mandam as visualizações ou rankings ou não abro porque eu não quero me ater ao sucesso ou números. Todos dizem, literalmente, eu posso te mostrar a mensagem do meu produtor “a não ser que seja a morte de uma drag queen e o lançamento de sua nova música, não se incomode em mandar pra ela porque ela sequer vai abrir”.
Mensagem Final
Antes de terminarem a entrevista, Miley deixou uma mensagem final falando sobre seu novo single “Midnigth Sky”.
“Bem, é chamado Midnight Sky e até o título é inspirado em Heart of Glass de Debbie Harry, mas eu também tirei inspiração de Edge 17, das minhas músicas favoritas. Eu realmente amo Heart of Glass e a razão que eu amo tanto é que o nome não é a repetição do refrão, só uma coisa legal de falar, não é o refrão nem nada. E eu pensei que minha parte favorita disso é que eu amo a parte visual de Midnight Sky e o que isso significa. E o céu da meia noite pra mim é tipo, se você está numa festa, a luz é uma discoball e as estrelas são todos os reflexos das luzes no teto. E o que eu realmente gosto do discoball é que são vários pedaços quebrados colados para montar algo novo quando você está iluminado e isso deixa na memória, e as pessoas parecem mosquitos na luz, as pessoas amam essas discoballs, mas na verdade são vários pedaços quebrados colados juntos. E eu conclui que isso me refletia muito. Uma coisa muito profunda sobre uma disco de balada. Quando eu vi eu reconheci, porque é como eu me sinto. Então é isso. E está em todos os lugares, youtube, canais de streaming, sim, todos os lugares. E eu estou esperando que as pessoas realmente estejam assistindo”.
Você pode conferir a entrevista completa com mais de 2 horas de duração em inglês clicando aqui!
*A equipe do MCBR trabalha constantemente e voluntariamente para atualizar os fãs brasileiros sobre a vida e a carreira de Miley. A tradução é parte importante de nosso site e muito trabalhosa. São muitos os envolvidos. Você pode nos ajudar compartilhando essa e outras entrevistas clicando no botões abaixo.
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