Lançado a pouco mais de uma semana, o sétimo álbum de estúdio de Miley Cyrus deu o que falar. Aclamado por críticos das mais renomadas revistas e sites da música, Plastic Hearts conquistou o coração dos fãs e da crítica internacional.
O Miley Cyrus Brasil reuniu algumas dessas críticas e suas notas, e você pode ler abaixo o que os maiores sites têm falado sobre o novo álbum de Miley.
The New York Times [Nota: 80 / 100]
Miley Cyrus finalmente aceita seu coração rock ‘n’ roll. A camaleoa musical já fez álbuns pop, country, hip-hop e psicodélico. Em “Plastic Hearts” ela mistura o glorioso excesso do rock dos anos 80 para os seus caprichos. (…)
Uma década (desde o lançamento de ‘Every Rose Has Its Thorn’) e muitas, mas muitas mudanças de estilos depois, o sétimo álbum de Cyrus, “Plastic Hearts” chega a mesma inteligente conclusão. Pegue um de seus destaques: a forte, ondulante e acústica balada “High”, a qual encontra Cyrus soando, da melhor maneira possível, como um vocalista de metal de ressaca canalizando, de repente, um lado mais doce. “Sometimes I stay up all night,” ela canta, indo em uma rica veia de melancolia, “because you don’t ever talk to me in my dreams.” (…)
“Plastic Hearts” não é uma reinvenção da marca de Cyrus, mas sim um argumento convincente de que ela sempre foi uma alma mais antiga. Apesar da contemporânea Dua Lipa, com quem compartilha a divertida “Prisoner” as mais velhas estrelas convidadas em “Plastic Hearts” complementam com um quadro mais rock dos anos 80: Joan Jett, Billy Idol e Stevie Nicks — além do lamento mais grisalho de Cyrus que, por vezes, soa como uma confusão dos três juntos. (…)
Apesar de todo a pose de poder, essas músicas (todas com Cyrus nos créditos se de composição) não estão com medo de serem vulneráveis. Escrita no acordar de sua muito publicada separação de seu ex-marido Liam Hemsworth, em 2019, Cyrus ocasionalmente se entrega às provocações dos tabloides (“Maybe gettin’ married just to cause a distraction,” ela canta na abertura). Porém, mais frequentemente, essas músicas são declarações de auto-aceitação das imperfeições (“But if you’re looking for stable, that’ll never be me/If you’re looking for faithful, that’ll never be me”). Ou, como ela diz em “Bad Karma”, um dueto de absorção com Joan Jett, “I’ve always picked a giver ’cause I’ve always been the taker.” (…)
Depois de anos de reinvenções incansáveis, parece que Cyrus encontrou um contexto adequado e, como bônus, a música rock encontrou seu embaixador milenar mais sério e de alto perfil. Talvez o rock não esteja morto — está apenas nas mãos competentes de Miley Cyrus.
The Independent UK [Nota: 80 / 100]
Plastic Hearts: Um caminhão de diversão transbordando o carisma imprudente que Miley tem em sua alma. A antiga estrela da Disney está oferecendo atitudes punk para a pista de dança. Funk (americano) com um rugido, não careta. Notas entregues no grito máximo e na extensão máxima.
O sétimo álbum de Miley está aqui como um soco para suprir a omissão de todos os tempos com a falta de música em aceleração total com vocais profundos, roucos, amplos e duros como seus cabelos, como as referências Bonnie Tyler, Kim Carnes e Elkie Brooks, as “Eighties”. Do começo ao fim é viciante com melodias pop sendo um pop com jaquetas de couro. Se você já ouviu seus recentes covers de “Heart of Glass” ou “Maneater”, você sabe o que quero dizer.
Esse álbum é uma jogada inteligente de Cyrus porque preenche um vazio do mercado. Muitos artistas do pop lutam para mostrar e provar suas potências acrobáticas vocais, como a de Ariana Grande, mas no banho todos podemos fingir que temos pulmões capazes dessas coisas quando o volume da música está alto e os vizinhos não estão. (…)
Plastic Hearts é a primeira música do álbum com forte influência das “Eighties”. Também percebemos uma batida que lembra a de “Maneater” e “Locked out of Heaven”, do Bruno Mars. Em “Gimme What I Want” eu vejo Cyrus com Cadbury Gorilla no estúdio, além de Phil Collins. “Bad Karma” tem um ah-uh que eu consigo ver tocando em uma jukebox. Eu me derreti com “Never Be Me”, em que ela admite que se você está procurando por estabilidade, alguém fiel e por mais que tente, não será ela.
Prisioner e Midnight Sky são incríveis para dançar. A parte em que fala que ela nasceu para ser livre e que não pertence a ninguém, me lembrou uma entrevista com Dolly Parton quase uma década atrás: Miley sempre estará conectada com o sentimento da Terra e atitude. Esteja ciente da emoção do ar fresco em seu rosto porque foi o que ela aprendeu com seus avós em Kentucky. Não subestime Miley – ela tem o talento para superar suas críticas. (…)
Plastic Hearts é cheio de referências das “Eighties” e eu me senti na infância enquanto assistia “The A-Team” saindo de grandes armazéns com jeep cheio de TNTs indo em direção ao horizonte, mas incrivelmente não encontrando problemas. É o melhor do pop e rock combinado. Prepare-se para o seu próximo banho!
The Telegraph UK [Nota 80 / 100]
Plastic Hearts e algumas bolas de demolições depois, essa estrela do rock encontrou seu lugar.
Miley Cyrus possui um enigma: ela é possivelmente uma das melhores interpretadoras de rocks famosos atualmente, mas será que ela consegue um catálogo próprio para se igualar aos covers?
Recentemente ela divulgou dois vídeos de performances ao vivo que ela com certeza nasceu para fazer: uma cantando “Zombie” de The Cramberries e a outra de “Heart Of Glass” do Blondie. Ambas nos deixaram pensando se as versões originais são tão boas quanto os covers.
Em seu sétimo álbum, a cantora de 28 anos Miley Cyrus, oferece seu melhor set do clássico rock ‘n’ roll, criado seguindo a mesma linha de seus ídolos (e três deles também com colaborações nas músicas: Joan Jett, Stevie Nicks e Billy Idol). (…)
O início dessa nova era em sua carreira, apresenta grandes promessas, onde Cyrus procura construir seu próprio legado com influência daqueles que sempre a inspiraram, iniciando pelo single dançante “Midnight Sky”.
Esse também é um álbum que cria um vínculo de Cyrus com a imagem de uma mulher independente, que não está procurando por validação ou a segurança que se encontra com um romance. Recém divorciada, ela não está interessada em dependência. “Eu nasci para ser livre, não pertencer a ninguém e não precisar ser amada por você”, ela escreveu.
Cyrus não está em sua transição para uma estrela do rock mas sim trilhando seu caminho de volta para suas raízes. Na década passada, ela passou de Hannah Montana para o pop das rádios, por linhas tortas e uma era de twerking (que foi um fiasco), um momento psicológico e controverso com Wayne Coyne e alguns takes de hip-hop. Seus covers de Nina Simone, Jeff Buckley, Dolly Parton e Crowded House foram um caminho direto para uma maturidade crua e séria.
E ainda, sua procura pelo melhor caminho musical tem sido agitada. Depois do seu último álbum, pivô (meio sonolento/meio despojado) e bem criticado, Younger Now em 2017, ela fez o primeiro do que seriam 3 EP’s logo após perder sua casa nos incêndios que aconteceram em Malibu, em 2018. Chamado “She Is Coming”, seu EP tornou-se sua principal tendência no eletro pop. E como ela recentemente revelou, acabou cancelando o lançamento dos outros dois EP’s seguintes, já que eles não refletiam mais seu presente emocional e nem espiritual. Plastic Hearts é seu álbum de rock próprio, com um novo corte de cabelo e voz rouca. É caótico da melhor forma possível.
The Line of Best Fit [Nota: 80 / 100]
Plastic Hearts mostra Miley Cyrus como ferozmente independente. Talvez uma das estrelas pop mais reinventadas do planeta, Miley Cyrus decidiu concentrar seus esforços em um álbum de rock. No entanto, aqueles que acompanham a cantora podem sentir que essa mudança de marca não é uma grande surpresa, dada a sua tendência para caminhar pelo lado selvagem – tanto musicalmente quanto pessoalmente.
Plastic Hearts é um álbum que ecoa o passado de Cyrus. Desde as notas grossas da guitarra da faixa de abertura “WTF Do I Know”, sendo surpreendentemente semelhante ao single “Start All Over” de 2007, até as faixas posteriores do álbum “Gimme What I Want” e “Night Crawling”, parecendo que poderiam pertencer ao Can’t Be Tamed de 2010, Cyrus não é apenas uma estrela pop. Ela é uma artista genuína, extraindo da cultura nova e velha para moldar-se em qualquer visão que achar adequada.
Ao ouvir pela primeira vez, Plastic Hearts pode parecer desfocado. Com colaborações que vão dos ícones do rock Joan Jett e Billy Idol à superstar pop Dua Lipa, Cyrus parece estar colocando sua planejada imersão no rock em um disco predominantemente pop. À medida que as canções se revelam, no entanto, fica claro que ela conseguiu criar uma mistura abundante de rock movido por atitude com as sensibilidades do pop com uma facilidade sobrenatural.
A estridente abertura de “WTF Do I Know” parece Cyrus descarregando sua frustração na mídia e as críticas constantes que recebe. Ouvido nas letras “provavelmente não vou querer tocar na sua estação de rádio” e “estou completamente nua, mas eu faço disso uma moda”, Cyrus parece estar adotando uma nova atitude e se rebelando contra a desaprovação pública que ela sofreu ao longo de sua carreira. A faixa de encerramento do álbum segue um tema semelhante de frustração na mídia, mas com um tom mais despreocupado e quase divertido. Ela é honesta sobre as pressões em sua carreira: “Fiz tudo para que você me amasse / e para me sentir viva.”
Plastic Hearts lança letras ao longo da qual, sem dúvida, serão vistas como uma referência ao ex-marido de Cyrus, Liam Hemsworth, embora as recentes revelações de sua sobriedade ofereçam uma faceta diferente. Veja a faixa do meio do álbum, “High”, que conta com a colaboração de Mark Ronson – um ritmo lento com um clássico sotaque country da família Cyrus, ela canta: “Não sinto sua falta / mas penso em você e não sei o porquê”. A penúltima faixa “Never Be Me” carrega uma sensação similarmente melancólica e resoluta: “se você está procurando por estabilidade / isso nunca serei eu / se você estiver procurando por fiéis / isso nunca serei eu”. Essas músicas não parecem arrependidas, mas sim aceitáveis e honestas – longe de sua mágoa pública mostrada em “Wrecking Ball”.
Cyrus é uma artista que nunca ligou para a música mainstream e suas quatro paredes. Constantemente sendo alvo de críticas, muitas pessoas nunca foram capazes de reconhecer seu gênio musical além das roupas que ela usa (ou a falta delas). No entanto, com Plastic Hearts, vem um álbum maravilhoso sobre a vida como uma mulher ferozmente independente. Cyrus encontrou o equilíbrio perfeito para ultrapassar seus próprios limites musicais e, ao mesmo tempo, provar que é um dos nomes mais fortes e corajosos no turbilhão constante de celebridades.
New Musical Express [Nota: 80 / 100]
Uma super estrela pop renascida como uma roqueira livre. Juntando-se a Joan Jett e canalizando Stevie Nicks, a cantora se aprofundou desde seus recentes covers de rock a personagem Ashley O, reinventando-se novamente. (…)
Com seu sétimo álbum, Miley Cyrus tenta juntar seu lado de pop star esmagadora (veja: ‘Wrecking Ball’, ‘Party in the U.S.A’, ‘We Can’t Stop’) junto com um amor pelo rock ‘n roll e a música country, o que não ficou super evidente em seus últimos lançamentos. Enquanto o álbum ‘Younger Now’ (2017) a encontrou caminhando para uma missão similar, a mensagem não foi totalmente passada; mostrou mais maturidade, mas não tão country-e-Western swagger. Felizmente, ‘Plastic Hearts’ possui infinitamente mais coragem – e, crucialmente, um livre senso de diversão. (…)
Encarregado de uma corrente industrial, ‘Gimme What I Want’ também mostra um lado de Cyrus que antes só era evidente em seus vários covers de rock bem recebidos. “I just need a lover,” ela rosna, em tom brutal junto com o baixo, que lembra Nine Inch Nails – ”So give me what I want / Or I’ll give it to myself”. ‘Bad Karma’, com a participação do ícone Joan Jett, é impulsionada por uma sequência percussiva de gemidos sugestivos e enquanto elas arrasam num refrão incrível.
A faixa de abertura ‘WTF Do I Know’ tem sucesso ao interpolarizar sons bagunçados de guitarra com uma preparação e produção polida. “I’m completely naked but I’m making it fashion,” Cyrus canta, fazendo alusão ao seu vídeo de ‘Wrecking Ball’, “Maybe getting married just to cause a distraction.” É exagerado e divertido, com pequenos traços de Ashlee Simpson e Avril Lavigne em seus melhores momentos no pop.
Talvez, por conta do poder das músicas de rock, as baladas tem maior tendência a parecerem interludes. A exceção aqui é ‘Golden G-String’: “The old boys hold all the cards and they ain’t playin’ gin,” Cyrus canta com sarcasmo, “You dare to call me crazy / Have you looked around this place?”. Apesar da dificuldade de achar defeitos na sinceridade de Cyrus em ‘Hate Me’ ou ‘Never Be Me’, momentos como o florescimento dos vocais crescentes em ‘High’ parecem um pouco nasais.
No geral, ‘Plastic Hearts’ encontra a pop-star que virou rock-star repentinamente – e quando Miley Cyrus liga o motor, é absolutamente estrondoso. A vida imita a arte, e ela tornou-se sua própria Ashley O.
Clash Music [Nota: 80 / 100]
Miley Cyrus dá um chute certeiro com seu sétimo álbum de estúdio, ‘Plastic Hearts’. Cyrus mostra perfeitamente em sua nova era de pop infundido, country tingido rock, auxiliado e estimulado pelos vocais de Dua Lipa, Billy Idol e Joan Jett.
Plastic Hearts é um ataque violento de baladas poderosas no estilo glam dos anos 80, entrelaçadas com músicas tristes e errantes com atitude demoníaca. Há uma maturidade definida para o álbum de Cyrus, diferenciando-o do trabalho anterior, pois ela notavelmente encontra seu ponto ideal entre gêneros e um senso distinto de si mesma.
Cyrus não perde tempo mostrando a sua rebeldia após o término de uma separação em ‘WTF Do I Know’. O ritmo continua em ‘Plastic Hearts’ com solos de guitarra violentos para desafiar até mesmo a melhor musicalidade aérea. Enquanto você recupera o fôlego para a balada sincera, ‘Angels Like You’, prepare-se para o impacto enquanto Dua Lipa irrompe na cena com o hino pop ‘Prisoner’. Cyrus então segue para um tom sutilmente sinistro com a música barulhenta ‘Gimme What I Want’, preparando você para ‘Night Crawling’ com Billy Idol espreitando nas sombras do refrão e se esgueirando com aquela influência notória dos anos 80.
Lançando-se para a música electro-pop em ‘Midnight Sky’, Miley sai de uma rotina pós-relacionamento e se recupera antes de cair em uma triste dança e lenta com ‘High’. A luta de Cyrus contra o vício levanta sua cabeça em ‘Hate Me’, um relato de partir o coração da cantora ponderando a possibilidade de sua própria morte. Miley retribui com o trovão country de ‘Bad Karma’ enquanto canaliza um rock ‘n’ roll desafiador com ninguém menos que uma das protagonistas do gênero, Joan Jett. ‘Never Be Me’ é uma faixa tentadora que incorpora uma brincadeira com a letra de Ring of Fire de Johnny Cash. Cyrus acena delicadamente para a vida sob os holofotes e as críticas constantes por sua mera existência como uma mulher na música em ‘Golden G String’ antes de sair com um estrondo nas três faixas finais (da edição digital, pelo menos).
Como artista multifacetada, ela termina com o mashup de Stevie Nicks ‘Edge Of Seventeen’ e Miley ‘Midnight Sky’, ‘Edge of Midnight’, antes de deixar os fãs com as performances ao vivo ferozes de ‘Heart Of Glass’ e ‘Zombie’ de Cranberries.
Cyrus transmite uma honestidade alegre e encorajadora ao longo de suas letras enquanto ela reflete sobre o amor, a culpa, o vício e o negócio de partir corações. Em um ano de isolamento e faminto de interação social, onde os indivíduos foram forçados a descobrir a alegria inesperada da solidão, “Plastic Hearts” pode ser apenas a trilha sonora desta jornada enquanto você embarca em seu próprio modo animal ao estilo de Rocky com seu auto-empoderamento desavergonhado.
Rolling Stone [Nota: 80 / 100]
O throwback glam do ‘Plastic Hearts’ de Miley Cyrus é o seu disco mais seguro até agora. A cantora homenageia seus heróis da New Wave e canaliza o country clássico; é uma noite de karaokê que acaba sendo algo mais substancial.
Há treze anos, uma adolescente lançou “See You Again”, um single dance-rock barulhento e seu primeiro sem o apelido de Hannah Montana que a tornou famosa. E embora não se afastasse muito do pop produzido em massa do Disney Channel, “See You Again” ainda foi uma surpresa leve: foi arrogante, inteligente e um pouco mais legal do que qualquer um realmente esperava da filha do cara de “Achy Breaky Heart“. Mais notavelmente, “See You Again” foi Cyrus em sua forma mais segura e em seu elemento – um sentimento que ela não foi capaz de replicar até agora, em seu álbum throwback de glam-rock.
O fato de Cyrus ter voltado às guitarras e sua grave voz rouca é poético ou altamente conveniente, dependendo do seu ponto de vista. Poucas outras celebridades colocaram suas tentativas equivocadas de reforma da imagem em plena exibição como Cyrus fez, e depois de eras consecutivas como um atleta do twerking e uma princesa do psyco-pop dos Flaming Lips, a homenagem do rock de Plastic Hearts vem transversalmente como jogar pelo o que é seguro. (Não ajuda que os destaques do lançamento deste álbum não tenham sido as próprias faixas do álbum, mas sim as versões ao vivo de Cyrus de clássicos do rock mais conhecidos como “Maneater” e “Heart of Glass”.)
Mesmo assim, se o que você quer é uma homenagem, não encontrará melhor do que aqui. Ouvir através do Plastic Hearts é como ir de bar em bar ao longo da Sunset Strip – se a Sunset Strip de alguma forma abrigasse os maiores artistas de rock dos anos 70, 80 e 90 em uma única noite de sexta-feira, e todos fossem liderados por Axl Rose. Há um rock industrial arrepiante de Nine Inch Nails em “Gimme What I Want” e Elton John da era Goodbye Yellow Brick Road na apaixonada “Angels Like You”. Se você ouvir com atenção (ou não), a abertura da faixa-título é um toque para aqueles bongôs de “Sympathy for the Devil”.
Amarrando tudo isso está Cyrus, cujos vocais agudos transformam todo o álbum em um karaokê instantâneo. Mas mesmo ela não tem medo de lidar com suas influências: o primeiro single do álbum, “Midnight Sky”, ganhou tantas comparações com “Edge of Seventeen” que Cyrus decidiu dobrar e lançar um remix / mash-up oficial, com a própria Stevie Nicks. Você pode chamá-la de sem vergonha, mas Cyrus sabe exatamente que tipo de show de jaqueta de couro e botas de combate ela está fazendo aqui, e seu abraço total ao rock em sua glória mais bombástica e artificial é revigorante.
Ao contrário de seu álbum anterior, Younger Now, onde Cyrus se envolveu em um som mais raiz sem muita substância, ela realmente tem muito a dizer sobre Plastic Hearts. Afinal de contas, esse é um álbum pós-divórcio, e o único gênero em que Cyrus indiscutivelmente se sai melhor do que o rock New Wave. É a balada country clássica. Ela usa bem o chapéu do desespero em “High”, um canção apaixonada que, assim como os esforços recentes do country-pop de Halsey e The Chicks, tece um lap steel entre guitarras lisas e baterias eletrônicas. Mas a influência de Nashville é aparente de maneiras mais substanciais, particularmente nas composições de Cyrus em uma vida turbulenta de fama, drogas e desgosto. “Coloco você em um pedestal, você está desejando ser destaque / Desesperado por atenção, o nariz está sangrando”, ela rosna em “WTF Do I Know”, uma das várias festas não tão alegres em festas que acontecem tarde demais e casos ilícitos no Chateau Marmont.
Em “Never Be Me” e “Golden G String”, os dois hinos do tamanho de um estádio que fecham o disco, Cyrus medita sobre os perigos da fama e a hipocrisia da indústria com imagens de contos populares de Los Angeles; em uma ode dupla a Johnny Cash, ela amarra o fogo literal que incendiou sua casa em 2018 e a forçou a começar de novo com a chama criativa que assola dentro dela até hoje. Cyrus há muito faz comparações com a voz de sua madrinha Dolly Parton – veja sua versão clássica instantânea de “Jolene” – mas aqui, ela finalmente alcançou o talento da rainha do Tennessee para contar uma história vívida.
A única área em que o álbum vacila, como discos como esse tendem a fazer, é em suas colaborações – eles não são ruins, mas parecem mais do que um pouco pressionados. O feat com Dua Lipa, “Prisoner” seria mais adequado para o próprio “Future Nostalgia” da estrela pop britânica. E os duetos de Billy Idol e Joan Jett, enquanto doces tributos a ambos os artistas, esgotam suas boas-vindas rapidamente. O único que realmente funciona é aquele remix de “Edge of Midnight” com Stevie Nicks, talvez porque Nicks escolheu se encaixar na visão de Cyrus ao invés do contrário. Mesmo que a imagem de Cyrus ‘Rainbow Bar & Grill do rock’ n ‘roll seja totalmente anacrônica, todos nós devemos ter a sorte de visitá-lo um dia.
All Music [Nota: 80 / 100]
Depois de todas as mudanças estilísticas que definiram a carreira de Miley Cyrus, em Plastic Hearts ela atinge um equilíbrio – mas não um compromisso. Em She Is Coming, suas travessuras de criança selvagem pareciam uma reação igual e oposta à contemplação de Younger Now. Desta vez, ela não vai a nenhum dos extremos: a mistura de pop polido, country e rock dos anos 80 do Plastic Hearts constrói sua imagem em vez de levar uma bola de demolição a ela. Mais uma vez, colaboradores bem escolhidos a ajudam a preparar o terreno para esta era. A equipe criativa do álbum incluiu Mark Ronson, um produtor que é tão experiente e versátil quanto a própria Cyrus, e as músicas do Plastic Hearts estão cheias de detalhes elegantes e espirituosos. Ronson e companhia obtêm a bateria certa e o synth de neon em músicas como “Gimme What I Want”, onde a batida forte remete a “Obsession” do Animotion. Desde o início de sua carreira, os momentos de rock de Cyrus estão entre os mais fortes, e Plastic Hearts não é exceção.
Não é nenhuma surpresa que “Midnight Sky”, a homenagem profundamente afetuosa de Cyrus à garota durona de “Edge of Seventeen” de Stevie Nicks, se tornou um de seus maiores sucessos. Ele se juntou ao álbum por “Night Crawling”, um dueto com Billy Idol que captura a sexualidade exagerada de couro preto e vermelho de seus singles mais amados de forma tão convincente, é quase estranho. Em comparação, a colaboração de Joan Jett, “Bad Karma” parece quase subjugada, mas o calor que ela e Cyrus geram é inegável, e o solo de guitarra de Angel Olsen ajuda a impulsioná-la a um status de destaque. “Prisoner” é outro destaque, com tons frios de Dua Lipa proporcionando o contraste perfeito com o calor rouco de Miley. Os momentos mais calmos do Plastic Hearts, como a balada poderosa carregada de pedal steel “High”, oferecem algumas das melhores performances vocais de Cyrus em algum tempo, e parecem tão fiéis ao espírito do álbum. Da mesma forma, “Golden G String”, um mini-livro de memórias contemplativo de synth-country, parece muito com a marca, embora reflita seu crescimento como compositora e cantora. Apaixonado e autoconsciente, Plastic Hearts é facilmente a melhor encarnação da música de Cyrus até então.
DIY Magazine [Nota: 80 / 100]
(…) Inspirado por Britney e Metallica, ‘Plastic Hearts’ encontra Miley atraindo a influência da idade de ouro do glam-rock e do rock and roll. Desde que ela pulou no palco de Glastonbury com um cover dos heavy rockers ”Nothing Else Matters” e nos deu uma reinvenção de “Head Like A Hole” de Nine Inch Nails por meio de seu papel em Black Mirror, a tendência de Miley para revigorar os clássicos do rock com seu estilo country endividado com toques pop, as pessoas clamam por ela para explorar mais esse som. E ‘Plastic Hearts’ oferece.
Provocado com o single principal carregado de groove ‘Midnight Sky’, ao lado de enormes covers de ‘Heart Of Glass’ e ‘Zombie’ do The Cranberries e do Blondie, que subsequentemente, e sem surpresa, se tornou viral e apareceu na versão bônus do álbum, a sétima produção de Miley a encontrou inclinando-se para o que as pessoas querem, entregando sucessos de rock entrelaçados aos anos 80 com seu toque pop distinto.
Da abertura com ‘WTF Do I Know’ ao calmante e hino ‘Angels Like You’ e de volta aos sons agitados de ‘Gimme What I Want’ e da faixa-título bop-a-long, Miley sabe como escrever uma canção de rock feita para canções épicas em estádios. Em outro lugar, ela revisita suas raízes country, com “High” e “Never Be Me” atuando com momentos mais reservados, onde suas letras emocionantes brilham enquanto ela luta contra a turbulência emocional.
Alguns momentos brilhantes no álbum vêm de colaborações, juntando-se a Dua Lipa no glam-rock ‘Prisoner’ e recebendo um verso de Billy Idol na cintilante ‘Night Crawling’. A colaboração destaque, no entanto, vem na forma de seu gloriosamente glamouroso vínculo com Joan Jett, enquanto a dupla troca “uh uh uhh” sobre a marcante ‘Bad Karma’.
No geral, a sétima era de Miley parece ser a que melhor se adapta a ela, seus enormes vocais e inclinação para compor melodias irresistíveis que se prestam facilmente a grandes hinos tocantes do rock. Ainda com um brilho pop para finalizar, sua jornada de estrela pop a estrela do rock terá um pouco de tudo para cada ouvinte. O melhor dos dois mundos, hein?
Music OMH [Nota: 80 / 100]
Os dias em que era sinônimo de andar pelado em uma bola de demolição e fazer coisas não mencionáveis com um dedo de espuma e Robin Thicke parecem muito tempo atrás agora. Após a incursão de Younger Now no country rock em 2017, o sétimo álbum de Cyrus a mostra abraçando totalmente a deusa do rock que você suspeita que ela sempre quis se tornar. (…)
Felizmente, Plastic Hearts é uma mudança de direção que funciona muito bem. Com nomes como Billy Idol e Joan Jett como convidados, há até uma amostra de uma música de Stevie Nicks, caso você tenha alguma dúvida de que este é um álbum de Miley Cyrus que seu pai se sentiria confortável em ouvir.
Porém, isso não é para denegrir o Plastic Hearts como ‘rock do papai’. A voz de Cyrus é agradavelmente rouca e blues, e músicas como WTF Do I Know e o single Midnight Sky têm um ar de arrogância que se mostra muito contagiante. As letras de Cyrus, nunca sem medo de lançar algo, entretanto, serão um prato cheio para tabloides e para qualquer pessoa curiosa sobre seu rompimento conjugal com Liam Hemsworth.
Midnight Sky, na verdade, pode muito bem ser a melhor coisa que ela já gravou – um hino da discoteca influenciado pelos anos 80 com uma entrega apaixonada por um Cyrus pós-divórcio enquanto ela aponta farpas mal disfarçadas para Hemsworth – “Eu nasci para correr, eu não não pertence a ninguém… Veja meus lábios na minha boca, todo mundo está falando agora”. O mash-up com Edge Of Seventeen de Stevie Nicks no final do álbum é ainda melhor.
A voz de Cyrus é impressionante do começo ao fim – seja cantando a balada Angels Like You ou comparando sons roucos com o ícone do punk Billy Idol em Night Crawling. Prisoner, o dueto com a sempre brilhante Dua Lipa, também é excelente, misturando os estilos das duas artistas perfeitamente.
Golden G-String pode não parecer o título mais provável para uma balada, mas principalmente graças às letras sardônicas de Cyrus, é um destaque do álbum. Ele consegue criticar a saída do Presidente Trump (“O homem louco na cadeira grande, e seu coração é uma abóbada de ferro”), ao mesmo tempo que dá uma olhada em seu próprio tratamento pela imprensa (“Eles me disseram que eu deveria cobrir isso, então eu fui por outro caminho… pelo menos dá ao jornal algo que eles possam escrever”).
Excepcionalmente para um álbum relativamente longo, há na verdade muito poucas faixas de”tapa buracos” a serem encontradas e, pela primeira vez, as “faixas bônus” valem a pena ouvir – em particular, um cover emocionante de Heart Of Glass de Blondie com um vocal particularmente barnstorming. Para uma artista que, ao longo de sua carreira, brincou com a noção de identidade, Miley Cyrus parecia estranhamente anônima e inquieta nos últimos anos. Plastic Hearts é o som de uma artista revitalizada – e essa nova identidade pode ser o seu maior sucesso.
Spin [Nota: 80 / 100]
Miley Cyrus abraça seu destino de estrela do rock em ‘Plastic Hearts’.
“Foi tudo apagado”, escreveu Miley Cyrus em uma carta aos fãs no mês passado, explicando como o incêndio de 2018 que destruiu sua casa em Malibu levou consigo seu sétimo álbum inédito. O LP teria se encaixado em uma trilogia de EPs, o primeiro dos quais, She Is Coming, foi lançado em maio de 2019.
Mas Miley sendo Miley – uma mega-estrela camaleônica que nunca fez o mesmo álbum duas vezes, alternando entre pop, hip-hop, country e psicodélico – ela optou por redefinir seu som mais uma vez, abandonando suas canções perdidas e próximos EPs em favor de sua última obsessão: a realeza do rock de uma época passada.
Plastic Hearts, o novo álbum incendiário de Cyrus, pontua a maior reinvenção sônica da cantora de 28 anos – um tributo retroalimentado às mulheres da linha de frente: Debbie Harry e Ann Wilson, Stevie Nicks e Joan Jett (as duas últimas ambas aparecem em no álbum). Foi-se o country-pop apaziguador de seu último longa-metragem, o instantaneamente esquecível Younger Now de 2017, em vez disso substituído por couro cravejado, tainhas loiras e uma familiar atitude “se você não gostar, vá se foder”.
Em 12 faixas, o equilíbrio parece perfeito para a ex-estrela da Disney; Jams de guitarra corajosos o suficiente para cimentar sua nova estética enquanto ainda entrega o polimento mainstream – cortesia dos super produtores pop Louis Bell e Mark Ronson, entre outros – para saciar os fãs que ficaram por aí desde Hannah Montana.
O som de abertura “WTF Do I Know” é um foguete de rock pesado arrancado direto da Sunset Strip por volta de 1982 – uma música de rompimento, talvez furiosa sobre o divórcio público de Cyrus do ator Liam Hemsworth. É seguido por uma faixa-título divulgando arrogância semelhante (ambas co-escritas pelo prolífico hitmaker Ryan Tedder) e ritmos que lembram fortemente “Sympathy For The Devil”, dos Rolling Stones. (…)
Com isso, as novas faixas parecem particularmente nítidas e coesas, facilmente seu álbum mais cativante e intensamente focado, não que a barra estivesse tão alta – até mesmo seu LP exclusivo Bangerz estava espalhado (muito menos confuso que Miley Cyrus and Her Dead Petz de 2015, um sonho febril pseudo-psicodélico em que ela se juntou aos Flaming Lips).
O single principal “Midnight Sky”, apaixonado por Nicks, é totalmente viciante, um vencedor do synth-rock maximalista e seu single mais forte desde “Wrecking Ball”. O sexy “Prisoner”, um dueto dark-pop com Dua Lipa, é outro pronto para a arena, mesmo que seja uma reminiscência de “Physical” de Olivia Newton-John (que Lipa já experimentou para seu próprio álbum este ano).
Um recurso kitsch de Billy Idol no uppercut da antiga escola, “Night Crawling” é divertido, mas mais revelador é “Bad Karma”, um roadhouse cintilante oposto a Jett – a musa mais discernível do álbum. Os tons vocais da dupla são estranhamente semelhantes na faixa.
Se alguém critica Plastic Hearts, é por falta geral de introspecção. Este não é o álbum para descobrir quem Miley Cyrus realmente é fora dos holofotes, embora o álbum termine com a autobiográfica “Golden G String”, que alude aos seus dias de twerking no VMA, mas ataca: “Você se atreve a me chamar de louca, não é? Olhou ao redor neste lugar?”. Um ponto justo. (…)
Cyrus é capaz de fazer uma turnê em arenas novamente com essas novas canções, é melhor você acreditar que o show extravagante no palco estará muito mais perto do KISS do que de Katy Perry. Talvez ela cuspa sangue e engula fogo.
Entertainment Weekly [Note: 75 / 100]
Cyrus prestou homenagem à era que foi o marco zero do pop moderno antes, fazendo o cover de “Girls Just Want to Have Fun” de Cyndi Lauper em seu álbum Breakout de 2008 e fazendo um dueto com Ariana Grande em uma versão de quintal de Crowded House, “Don’t Dream It’s Over” em 2015. Plastic Hearts funciona como uma espécie de redefinição para Cyrus, que parecia um pouco à deriva, no que diz respeito ao lançamento, na sequência de Younger Now de 2017 com um toque country. Em maio de 2019, ela lançou She Is Coming, que deveria ser o primeiro de uma série de EPs que incluiriam She Is Miley Cyrus; esse plano foi oficialmente descartado em agosto, quando ela lançou “Midnight Sky”, o primeiro single do Plastic Hearts. Uma jam que põe em primeiro plano a voz rouca e poderosa de Cyrus, é um herdeiro espiritual e sônico dos primeiros sucessos da MTV, como “Self Control” de Laura Branigan e “Here She Comes” de Bonnie Tyler.
As estrelas convidadas Joan Jett e Billy Idol revelam ainda que Cyrus está procurando reacender o lado pop e com espírito punk dos anos 80, assim como as capas da edição bônus de “Heart of Glass” do Blondie e do tempestuoso “Zombie” dos Cranberries (OK, esse é dos anos 90, mas a banda irlandesa definitivamente tinha Blondie em sua linhagem). O flerte de Dua Lipa com o legado pop daquela década faz dela um bom contraponto para Cyrus em “Prisoner”. Ela claramente quer canalizar vibrações art-pop aqui e ali; a esfumaçada “Gimme What I Want” chega à batida de “Closer” do Nine Inch Nails, enquanto o dueto de Jett “Bad Karma” revela a esquisitice de usar suspiros como elementos percussivos. Cyrus compara o desprezo por escárnio de Idol em “Night Crawling”, que casa as vibrações ferventes de “See You Again” de Cyrus com a ameaça fervilhante de “White Wedding” de Idol. Mas, como outros pastiches de synth-pop do álbum, ele sofre o mesmo problema do século 21 de ter os sons certos sem um momento culminante; há um solo de guitarra anêmico, mas é isso. (Onde está Steve Stevens quando você precisa dele?)
Apesar da recusa de Cyrus ao som de Nashville de Younger Now, os melhores momentos em Plastic Hearts acontecem quando ela mergulha nas baladas poderosas, que misturam o glamour exagerado com a narrativa lacrimosa da música country. “Angels Like You” é um romance de bad-romance que permite que Cyrus se incline para seu lado emocional, e o cintilante “High” faz backup dos sons long-I de Cyrus com um enorme coro; “Hate Me” revela sua autopiedade com filigranas de violão e Cyrus prevendo o quociente de embriaguez dos participantes de seu funeral, enquanto “Golden G String” relembra os anos de Cyrus como um dínamo que gerou manchetes com humor, nuvens fofas de guitarra, e os dedos médios estendidos em direção aos “meninos mais velhos [segurando] todas as cartas.”
Plastic Hearts, apesar de sua marca agressiva I-Love-The-80s, é um álbum provisório para Cyrus, cujos últimos dois anos foram marcados por um incêndio em sua casa, um divórcio e o falecimento de sua avó, além de os problemas que assolam o mundo em geral. Isso deixa muitas portas abertas para o próximo movimento de Cyrus – seja um musical ou um plano onde ela tenta recuperar algumas das cartas que canta em “Golden G String”.
Consequence of Sound [Nota: 75 / 100]
Para seu álbum pós-divórcio, Plastic Hearts, Miley Cyrus implanta grande energia synth anos 80. Ao longo de seis álbuns irregulares, Cyrus se aventurou por gêneros pop, mas ela sempre teve uma tendência para a era e atitude do glam mainstream, new wave e hair rock, lançando covers de Joan Jett e Blondie em sets ao vivo e fazendo cover de “Every Rose Has Its Thorn” do Poison já em 2010, em Can’t Be Tamed. Agora com 28 anos, Cyrus se inclina totalmente para essas influências, recrutando heróis como Stevie Nicks para se divertirem com ela enquanto se roubam. Mesmo sem o sarcasmo corajoso de sua encarnação atual. Ainda assim, este pode ser o pastiche de maior sucesso de Cyrus.
Desde seu papel emergente como Hannah Montana da Disney, uma adolescente que leva uma vida dupla como estrela pop, Cyrus tem saboreado seu papel como uma artista camaleônica. Ela não se desculpou por ter feito os dois álbuns que atendem às fomes da “indústria” e outros que satisfazem seus interesses artísticos, mesmo quando ela foi devidamente criticada por sua grosseira apropriação cultural. Mas em Plastic Hearts, Cyrus soa como se ela não estivesse apenas experimentando um som e sentimento, mas mais plenamente habitando-os, talvez pela primeira vez.
Em primeiro lugar, a voz meio-soprano de Cyrus é um instrumento distinto – é estranho, mas parece particularmente adequado para o universo sônico desta coleção. Na abertura do álbum, “WTF Do I Know”, ela oferece um punk suburbano em staccato (…). Sua voz é rouca, estridente e surpreendentemente dinâmica; pode rosnar, às vezes no espaço de uma música. A instrumentação ou melodia de algumas dessas canções pode ser um encanto, mas a emoção e a coragem da voz de Cyrus nunca são.
No início, a balada country “High”, com suas guitarras de aço, ritmo que balança e harmonias crescentes, parece um desvio – mas até mesmo Axl Rose estava em seu trinado mais poderoso sobre doces violões. Esse é outro aspecto que Cyrus compartilha com a era do hair metal: ela se inclina para o excesso e o absurdo de sua persona enquanto demonstra um senso de humor autoconsciente e autodepreciativo sobre seus relacionamentos pessoais e imagem pública, como em “Golden G String”.
Cyrus é co-autora de todas as 12 faixas, que incluem colaborações com Andrew Wyatt de Miike Snow, Ryan Tedder, Andrew Wotman (Watt) e Alexandra Tamposi. No entanto, os momentos mais fortes ocorrem quando Cyrus explicitamente interpola suas influências e as infunde com sua própria energia. O destaque do álbum, “Midnight Sky”, o remix de “Edge of Seventeen” de Stevie Nicks de Bella Donna de 1981, mas enquanto Cyrus discute um período pós-separação de selvageria e visão de mundo renovada, a música se eleva acima da imitação. A diversão é multiplicada com a inclusão de um mashup das duas músicas, “Edge of Midnight”, bem como covers ao vivo de “Heart of Glass” do Blondie e “Zombie” do The Cranberries. Aqui, o poder de Cyrus como artista está realmente em exibição; ela pode acertar as notas e mais um pouco – mas também pode fazer suas próprias canções indeléveis. (…)
O veredicto: em 2019, respondendo às críticas públicas de seu divórcio e às demonstrações de pansexualidade, Cyrus twittou: “Você pode dizer que sou uma tarada, maconheira, caipira desbocada, mas não que sou uma mentirosa”. Cyrus sempre foi mais interessante – eclética, provocadora, superando as expectativas – como figura pública do que como músico. Mas em canções como “Midnight Sky”, Cyrus encontrou um modo sonoro onde os ouvintes podem ouvir mais plenamente sua voz distinta e perspectiva indisciplinada. Como seu herói Elvis Presley, talvez, Plastic Hearts prova que Cyrus pode ser derivada e ainda ser original.
Faixas essenciais: “Midnight Sky”, “High” e qualquer um dos covers.
Exclaim [Nota: 70 / 100]
(…) Aqui, Cyrus está mais aberta e honesta sobre sua vida pessoal do que nunca. Faixas como “Hate Me” e “Never Be Me” são liricamente espirituosas e agressivas, à medida que ela mergulha em seus relacionamentos anteriores enquanto enfatiza a necessidade de seguir em frente. Sua confiança aqui é um destaque, mas às vezes é ofuscada por números de dança em grande escala como “Prisoner” (apresentando Dua Lipa) e “Gimme What I Want”. Os fãs de longa data podem apreciar essas contribuições, mas, para a maioria das pessoas, não há nada aqui que já não seja exagerado no rádio.
O álbum chega ao auge quando Cyrus finalmente oferece colaborações inspiradas no rock retrô com Billy Idol e Joan Jett. Esses dois campeões do rock dos anos 1980 trazem um pouco de coragem ao álbum, levando Cyrus para a direção mais pesada que ela vem provocando há anos.
Ninguém ama o rock’n’roll mais do que Joan Jett, e ela empresta sua presença a “Bad Karma” inspirado em new wave. A música tem vocais de background chamativos, harmonias estranhas e não é nada com o que Cyrus já fez antes. Não é ortodoxo tanto para Cyrus quanto para Jett, mas ainda o traz de volta à era de ouro dos anos 80.
Em “Night Crawling”, Cyrus e Billy Idol compartilham funções vocais e se complementam perfeitamente. Eles injetam temperamento no refrão explosivo da música e dão ao poderoso sintetizador sua chance de brilhar. A faixa é inebriante e deve agradar tanto os frequentadores dos clubes quanto os fãs de rock.
A lista de contribuidores do álbum mostra que a comunidade do rock está pronta e disposta a abrir os braços para Miley Cyrus, mas seu tempo para o rock’n’roll ainda não chegou. Embora ela tenha provado ser um camaleão musical em todos os aspectos de sua carreira, Cyrus ainda atende a seus seguidores pop que estão com ela desde o primeiro dia. Plastic Hearts pode ser a porta de entrada de Miley Cyrus para o mundo do rock, mas desta vez ela ainda está segurando suas raízes na música pop.
Pitchfork [Nota: 64 / 100]
Entrando com confiança em sua “era do rock”, Miley oferece um álbum genuinamente agradável, embora às vezes desajeitado, que afasta a estranheza e os erros que atormentaram seus álbuns anteriores. (…)
Plastic Hearts não é sem precedentes: Cyrus tem tocado covers de Smiths e Bob Dylan para públicos desavisados desde sua turnê em Bangerz e, embora um pouco reverente, sua recente série de covers foi agradável e cativante, uma tentativa transparente de provar seu clássico rock de boa intenção. As versões de Cyrus de “Heart of Glass” e “Zombie” são anexadas ao final de algumas versões do álbum, quase como um gesto de boa vontade, mas havia pouca necessidade: Plastic Hearts é um disco pop-rock genuinamente agradável que, por meio de um punhado de escolhas estilísticas e líricas astutas, afasta a estranheza e os erros que afetaram seus álbuns anteriores.
Embora a capa do álbum – fotografada pelo famoso fotógrafo de rock Mick Rock – e a capa de “Heart of Glass” pareçam apontar para um certo tipo de revival do rock clássico, Plastic Hearts é uma bolsa estilística. Percorrendo a gama de rádio rock moderno a pop industrial e new wave, Plastic Hearts é unificada não pelo compromisso de Cyrus com qualquer era em particular, mas por seu cosplay como uma espécie de sereia de rock icônica perdida nos anais do tempo: A produção foi um um pouco menos limpa, você pode passar isso como os maiores sucessos de uma diva do rock da era do Top of the Pops.
A voz de Cyrus, mais baixa e gutural do que nunca, foi o ponto focal desses cover, e Plastic Hearts deixa claro o porquê: seu contralto nunca soou tão natural. Por mais que tentasse, Cyrus não sabia fazer rap, e Younger Now deixou bem claro que Nashville não era sua vocação. Aqui, ela experimenta um punhado de estilos diferentes, e cada um funciona imaculadamente: sua voz rouca provoca arrepios nas baladas de “Angels Like You” e “Never Be Me”, e em “Night Crawling” um remake de “White Wedding”, do Billy Idol. Ela homenageia “Edge of Seventeen” sem se esconder em “Midnight Sky”. A maior parte das melodias aqui são douradas e crescentes, e ela nunca foi forçada a falar em uma letra de quase rap desajeitada e testada como “Aleluia, sou uma aberração / Sou uma aberração, aleluia.”
Liricamente, Plastic Hearts ainda é vintage, embora Miley esteja com as arestas afiadas: canções sobre fama e amor e ser um pouco fodida demais, seja química ou emocionalmente. Há um fio de honestidade não filtrada que posiciona o álbum como um gêmeo emocional de Bangerz; esse registro, além do twerking, era em grande parte sobre a devoção de Cyrus a Hemsworth, começando com o que era essencialmente uma proposta de casamento (…), explorando as tensões e advertências do amor eterno. Algumas músicas aqui tocam como se estivessem em uma conversa direta com músicas daquele disco, uma Cyrus mais velha e divorciada ecoando de forma mais eloquente as realizações que ela estava apenas começando a reconhecer há sete anos.
(…) Ainda assim, os vários sucessos de Plastic Hearts fazem você se perguntar como Cyrus soaria se alinhada com alguém como Jonathan Rado – que dirigiu discos de sons clássicos dos Killers e Tim Heidecker, bem como álbuns anteriores de Weyes Blood e Whitney – ou Ariel Rechtshaid, que produziu Women In Music, de Haim, pt. III com Danielle Haim e Rostam. Mais do que qualquer coisa, Plastic Hearts levanta questões como esta, no processo destacando uma possível carreira futura: E se Miley Cyrus se tornasse uma verdadeira estrela do rock?
Quando Cyrus se reúne com os antigos colaboradores Mark Ronson – com quem ela fez o stomper country-disco de 2018, “Nothing Breaks Like a Heart” – e Andrew Wyatt, os resultados são atenciosos e surpreendentes. A balada country “High”, um dos vários futuros clássicos do karaokê do álbum, contém algumas das letras mais bonitas de Cyrus: “Você, como uma pedra que rola, sempre construindo cidades com os corações que partiu”, ela canta , os penhascos em sua voz deram espaço para ressoar, ao invés de apagados. Uma frase como “Não sinto sua falta, mas penso em você e não sei por quê” podem parecer simples, mas é honesta e comovente. O melhor de tudo é “Bad Karma”, uma estridente construção lenta de uma música com Joan Jett nos vocais e Angel Olsen na guitarra. É um panto exaltado do hard rock dos anos 80, encontrando Cyrus e Jett troquem frases curtas – “I’ve always picked a giver, ‘cause I’ve always been the taker”, diz o coro delirante – sobre uma das poucas faixas de bateria ao vivo do álbum. É uma diversão estranha e descomunal, e um exemplo glorioso do que Cyrus pode fazer quando ela brinca levemente com sua própria imagem.
O momento mais interessante e complicado fica para o final. Em “Golden G String”, Cyrus tenta mostrar algum tipo de arrependimento por suas travessuras de meados da década de 2010.
É uma ideia intrigante que realmente não acerta. (…) Ainda assim, há uma abertura refrescante para uma letra simples como “There are layers to this body / Primal sex and primal shame / They told me I should cover it / So I went the other way”, o que explica mais os processos de pensamento de Cyrus (…). As explicações, no entanto, não vêm ao caso – “Golden G String” é uma balada calorosa e convidativa, uma das baladas mais sentidas de Cyrus em anos. Em última análise, esse é o maior sucesso do Plastic Hearts: pela primeira vez em muito tempo, um disco de Miley Cyrus é música em primeiro lugar, as manchetes em segundo.
Tradução & Adaptação: Débora Brotto, Elton Junior, Lara Moraes, Letícia Abreu, Lucas Gomes, Pedro Onofri e Welison Fontenele – Equipe MCBR
Fonte: Metacritic.com
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