Matéria:Elle Magazine
Tradução:MCYRUS.com
Hoje há um grande estardalhaço sobre Miley Cyrus. Mas o que realmente está se passando na cabeça dela? Ela se abriu para Tavi Gevinson sobre mágoas, sexo, política racial e ser o refúgio para seus fãs.
Faz 8 anos desde que Miley Cyrus fez sua estreia em Hannah Montana, do Disney Channel. Eu estava terminando o ensino médio quando ela fez nascer a performance do VMAs que, sozinha, massacrou a indústria do ursinho de pelúcia. Desde então, um turbilhão de correntes de reflexão e letras públicas declaram que Miley é uma vítima cega de manipuladores de marionetes ou uma genia maníaca da publicidade. Todos parecem concordar que essa sua reencarnação recente é apenas coisa de ex-estrela-criança, como Britney Spears ou Justin Bieber, e/ou um sinal de colapso mental. A preocupação no centro de tudo isso fez parte das mulheres jovens da minha idade que cresceram com Miley e, provavelmente, seria uma lavagem cerebral em uma enorme multidão de hypersexual copycats.
Eu voei para Phoenix em Fevereiro para uma entrevista com Cyrus e uma noite em sua Bangerz Tour. Ela falou a mil por hora, ansiosa para impressionar e deixar as coisas claras, sempre alegando repetidamente que não dá a mínima. Ela usava um robe de seda estampado com manchetes de jornais, desenhado por John Galliano, e não quebrou o contato visual.
Cyrus não é nem um desastre de trem desgovernado e nem está completamente certa sobre o seu lugar no mundo. Ela está apenas procurando por ela em uma escala extrema e, na verdade, de um modo muito mais original e inédito do que seus críticos podem pensar. Ela não se tornou uma gatinha sexual ou uma granada, mas ao invés disso uma drogada com um corte de cabelo andrógino e com um visual de garoto completamente orgulhosa. Ela não seguiu os passos de jovens estrelas celebridades que tentavam ser gostosas mas que ainda nem faziam sexo (pelo menos, não que elas tenham admitido); em vez disso, suas performances sexuais patetas e inacessível são para seu próprio prazer e diversão (colaborações de Terry Richardson ao lado). Ela é mais dona de si mesma do que os céticos pensam que ela é, mas talvez não tão quanto ela pensa ser. No entanto, não de uma maneira perigosa. Ela apenas carrega a mesma convicção que e eu e todas as pessoas da nossa idade, que como recente sobreviventes da adolescência, nós sabemos o que é o mais importante para nós mesmos.
A Bangerz Tour – composta por 60 shows em 4 meses – é um desfile de infusão de insinuações gráficas e pelos do Chuck E. Cheese. Num momento, Cyrus sentava em uma cama gigante com seus dançarinos e dançarinas, todos se tocando enquanto uma flor gigante de neon florescia atrás deles. Para o final, ela voou em um hot dog enorme através de uma porta no meio do céu projetada por um telão, semelhante ao final do “The Truman Show”. Eu dancei durante “Party In The USA” com uma estranha da minha idade, pois sou um ser humano com sentimentos, e porque, como eu, ela foi ao show sozinha. Quando eu perguntei para ela o que ela mais gosta na Miley, ela respondeu apaixonadamente: “Tudo que ela se prontifica a mostrar. Expressão pessoal, ser feliz consigo mesma, crescer, e se descobrir.” Meu copo de diva transborda.
Tavi Gevinson: Esta é uma turnê enorme, com mais de 50 shows. Como você tem certeza que consegue atingir sempre o emocional de cada um, criar uma zona para dar uma apresentação forte todas as noites?
Miley Cyrus: As vezes quando estou no estúdio eu sinto muitas coisas, mas não sei como expressá-las. Você fica como se estivesse numa vida cavernosa, mas sem você. Eu comecei meu álbum, e aí quando eu o terminei tudo na minha vida estava diferente. Perdi muitos amigos, pois eles não entendiam o porquê de eu estar ocupada 24 horas ao dia e só sabia falar o que eu queria através da músicas. Não sou uma boa comunicadora. Puxei isso do meu pai. Em turnê, fico obcecada, porque é um grande investimento. Honestamente, tipo, eu não estou ganhando nenhum dinheiro com essa turnê, coloco todo o dinheiro que ganho na turnê novamente. Meu empresários acham que estou maluca, mas eu acho que isso é bom pra mim nessa longa corrida. É uma vida muito estranha, porque você está trabalhando, mas nada do que eu faço é minha obrigação; geralmente, é porque eu quero. A maioria dos meus fãs são jovens, eles pagam por seus próprios ingressos e trabalham bastante para virem, então quero dar a todos eles o melhor show – o show que eu faço em Mississippi é o mesmo que faço em L.A.
TG: Você reluta em cair na real depois de uma performance? Numa escala menor, eu sempre precisava de um tempinho pra me reajustar quando voltava pra escola depois de trabalhar.
MC: As pessoas te tratam quase como se você já fosse adulto, então você se afasta e é difícil se adaptar. Tipo, algumas noites eu faço descanso vocal, o que pra mim é a coisa mais difícil de todas. Porque eu tenho 21 anos, eu quero sair e beber, mas não dá. E estar em turnê é como uma droga – você fica êxtasiado e então cai na real: de 20 mil pessoas gritando que te amam pra você, simplesmente sozinha no seu quarto de hotel, em silêncio.
TG: O espetáculo mostra mais ou menos que você tem consciência de como o público te vê. Você entra num escorregador que é uma representação da sua língua. De onde você tirou essa ideia?
MC: As pessoas me fizeram parecer uma personagem. Então eu agora estou aproveitando essa “personagem” que eu sou. As pessoas ficam boquiabertas quando eu danço, mas os meus amigos só ficam tipo: “Ah, você dança assim na cozinha!” Eu estou sempre fazendo palhaçada. No show, eu fico acenando e é ridículo, porque eu fico parecendo a rainha. É idiota, porque todo mundo também acena de volta pra mim! Parece que eu estou abusando do fato de ser um pouco famosa. As pessoas me perguntam por que eu estou sempre feliz e eu respondo: eu nunca pesquiso meu nome no Google.
TG: Seria suicídio.
MC: Isso. Quer dizer. O jornalismo se tornou as pessoas escreverem o que querem, o que nem é real. Eles nunca falam no dinheiro que você investiu na turnê. Eu não entendo como a maioria das estrelas pop vivem uma vida sob ordens do que fazer e do que vestir o tempo todo. Talvez o dinheiro seja tudo pra elas.
TG: Você se sentia presa quando estava na Disney?
MC: Você sabe, eu sou muito grata por ter começado na Disney. Eu tive um treinamento intenso. Há momentos em que eu desejo que eu poderia ter começado como uma nova artista, mas o mundo praticamente me permitiu fazer isso. Eu me sinto muito sortuda, um monte de estrelas que começaram jovens ficam loucas ou presas em algo que elas eram/estavam, então elas não podem realmente tornar-se o que estão destinadas a ser. Quando eu passei por uma separação muito intensa – você sabe, eu estava noiva – e quando eu estava com ele ou quando eu estava na Disney, a única coisa que me deu a maior ansiedade não era não saber o que fazer comigo mesma quando a Disney não estava ali para me carregar ou se eu não tivesse mais ele (seu relacionamento). E agora eu sou livre dessas duas coisas, e estou bem. Tipo, eu estava deitada na cama à noite sozinha e eu estou totalmente bem e isso é muito mais forte do que aquela pessoa de três anos atrás que teria pensado que teria morrido se não tivesse um namorado.
TG: Muitas pessoas concluem, apesar disso, que você passou da Disney te dizendo o que fazer pra empresários também te dando ordens.
MC: Eu sempre falo para os meus empresários: “O motivo de eu amar vocês é porque eu preciso dessa segurança pro resto da minha e não porque vocês só me fazem lucrar dinheiro.” De vez em quando eles dizem: “Por que você nos faz perguntas se quando a gente vai responder elas…” e eu digo logo: “Eu ouço o que vocês falam e faço o oposto porque vocês são homens e velhos e eu sou uma garota nova que sabe o que faz.” Eu só gostaria de ter certeza que eu vou ser a voz dessa geração. Eu acho que eu estou permitindo as garotas a se sentirem à vontade com sua sexualidade. Eu quando eu estava em turnê em Vancouver e em Washington eu quase me senti como se eu fosse os Beatles. As garotas jogaram sutiãs e calcinhas em mim, super piradas. E é engraçado porque tem gente que pensa que eu afasto os meus fãs desse jeito, mas…
TG: Elas estão se descobrindo.
MC: Elas estão passando por isso mesmo. Quando eu faço coisas que fazem as pessoas mais velhas balançarem a cabeça em discórdia, eu meus fãs vão e me imitam. Tipo quando eu requebro ou tiro a camisa, eu dou a elas liberdade pra fazerem o mesmo. Isso é que significa rock ‘n’ roll. As pessoas fugiam pra ver a Joan Jett, porque as mães não deixavam. E eu fico honrada por fazer as pessoas saírem de sua zona de conforto. Eu digo isso pra um monte de pessoas, mas na realidade eu não dou a mínima. Eu acho que se a maioria das pessoas fizessem o que eu fiz no VMA, depois ficariam pedindo desculpas, dizendo que nunca quiseram ofender ninguém. Não, eu não estou arrependida. Eu fiz uma decisão consciente. Eu já tive que me desculpar por muitas coisas antes das quais eu nem estava arrependida.
TG: Como a foto que você fez para Anne Leibovitz usando apenas um lençol quando você tinha apenas 15 anos?
MC: Quando eu era criança, sim! Eu não estava pensando que ia ser sexy, foram as pessoas que interpretaram dessa forma – tipo, quem é a verdadeira pervertida aqui? Eu definitivamente não estava arrependida, mas alguém disse por mim que eu estava. Eu não quero isso pra mim de novo.
TG: Eu imagino se esse tipo de liberdade sexual não pode ser extendida para as suas dançarinas. Digo, pelo o que disseram de sua performance no VMA.
MC: Por algum motivo acharam que eu estava explorando a cultura negra. O motivo de eu ter contratado aquelas garotas para o VMA foi porque elas não são brancas nem magricelas – elas são garotas com corpão. Tipo, geralmente as mães me odeiam, mas têm umas que chegam pra me agradecer por eu ter dançarinas que se pareçam com suas filhas. Aquelas garotas dançam juntas desde que tinham seis anos de idade, então eu não poderia chegar e tipo “Ei, vou separar vocês porque seria politicamente correto colocar uma puta branca aqui.” Quando eu estava no Disney Channel, você tinha que ter certeza de que ia ter uma asiática e uma negra e uma latina em cada cena. Isso não é vida!
TG: A crítica Tressie McMillam Cottom escreveu que a sua performance a fez lembrar de quando foi atropelada por uma pessoa branca bêbada “ironicamente” – a piada é que, sendo ela uma mulher negra e corpulenta, ela não seria sexy.
MC: Eu não estava fazendo piada disso. Elas são, literalmente, minhas amigas. De qualquer forma, você pode me perguntar qualquer coisa que eu não me ofendo. A maioria das pessoas que fazem esses comentários são mais velhas – eles certamente viveram em uma sociedade que era definida pela cor da pele. Hoje em dia não é a cultura negra – é simplesmente a cultura geral. Eu sou da cultura pop; é assim que se dança. Essas mães frustradas na internet não entendem que quando você vai numa boate não importa se você é negra ou branca ou magra ou tem muito corpo. Eu balanço a minha bunda porque eu quero balançar a minha bunda. Não é porque eu quero ser negra. Até na industria da moda agora estão aceitando pessoas com corpos diferentes. Acho que Kim Kardashian fez isso por muitas garotas. Esse é o motivo de eu ter ficado um pouco animada por você ter vindo me entrevistar – eu sempre sento com pessoas mais velhas que tentam me explicar o que é cultura. Eu não entendo, porque nós todos vivemos no mesmo mundo.
TG: O que você pensa das pessoas que pensam que você está se apropriando desse estilo “diva do gueto” pra parecer descolada quando na verdade não sabe de nada sobre a raça dessas pessoas e as implicações com sua classe social? Você acha que pensam isso de você porque são mais velhos e não por terem mais experiências?
MC: Eu me afastei desse estilo aos poucos por esse motivo. Pra mim, isso era simplesmente estético, tipo esmalte do gueto, ou qualquer coisa assim. E eu não estou fazendo piada dessa cultura. Eu só comecei a fazer isso porque era um título engraçado, que nem Selfie. Essa palavra se popularizou ano passado. Eu também não gosto quando as garotas chamam umas às outras de piranha. Tipo, “Ei, piranha”, ou algo do tipo. Mas o que importa é a sua intenção ao dizer isso. Eu chamo de geração Selfie a geração que eu estou – e você também está. Eu só acho que as pessoas velhas – eu me sinto mal por chamá-los assim porque devem estar na casa dos trinta ou quarenta – não entendem isso.
TG: Tudo o que você está experimentando é normal para pessoas de sua idade, mas o que significa fazer isso para o mundo inteiro ver?
MC: Muita gente, tipo há um ou dois anos atrás, quando eu comecei essa transição na minha vida, me encorajaram a ser livre. Porém, quando eu comecei a me libertar de verdade, logo quiseram que eu me prendesse de novo. Era tipo: “Tudo bem, pode voar – mas não voe muito longe! Não voe tão alto!” Eu tive que, finalmente, fazer uma escolha e meus fãs me ajudaram. Eu me doei como exemplo para que meus fãs pudessem chegar e falar: Olha, eu pareço com você! A minha vida é muito lembrada e nem eu penso tanto nela assim. A única coisa na qual eu costumo refletir são nos relacionamentos, porque você conhece uma pessoa e depois é jogada fora. E então se torna completamente embaraçoso. Se você está tentando ter um namoro normal e é flagrada com ele, os tablóides logo começam a chamá-lo de “cara misterioso”. Isso meio que me fez me tornar uma pessoa isolada, como o meu pai é – com transtorno borderline, socialmente inaceitável – e eu não quero ficar desse jeito. Eu cresci numa fazenda onde nós não tínhamos vizinhos, porque meu pai não queria lidar com pessoas. Quando eu era mais nova, me frustrava porque queria ir no cinema e ele nunca nos levava. Hoje eu entendo. Sabe, eu levo na boa e não deixo essas coisas me afetarem, mas é estranho lidar com os rapazes às vezes.
TG: O que você quer dizer aos seus fãs agora que não tem mais nenhum representante da Disney pra falar por você?
MC: Eu tenho garotos e garotas que vêm e dizem: “A única razão que me faz admitir que eu sou gay é porque você me fez sentir como se estivesse tudo bem.” Isso é tão intenso, porque isso é uma parte desta geração, nem sempre foi aceita, e eu sinto que eu sou uma grande parte dessa mudança. Ou eles sabem que eu tenho lutado com a depressão, e que os ajudou a superar a deles. Isso me dá um grande propósito, um grande motivo para acordar de manhã, que é maior do que colocar minhas malditas penas e meus curtos figurinos.
TG: Eu não sabia que você já tinha lidado com depressão.
MC: Isso é mais do que um assunto que as pessoas vão comentar, porque as pessoas não sabem falar sobre estar depressivo… é normal se sentir triste, afinal. Eu passei por um período onde eu estava realmente deprimida. Eu me trancava no quarto e meu pai tinha que arrombar a porta. Eu tinha a pele muito feia e sofria de bullying por isso. Mas eu nunca caí em depressão por causa de um jeito que uma pessoa em particular me fazia sentir. Eu simplesmente estava deprimida.
TG: É uma coisa química.
MC: E todo o mundo pode ficar melhor conversando com outra pessoa, mas algumas pessoas precisam de medicamentos e eu, apesar de ser totalmente contra remédios, já tive que tomar alguns também. Muitas pessoas olharam pra minha depressão como se eu fosse simplesmente ingrata, mas não era – eu não podia controlar. Não há muita coisas que eu mantenha em segredo, e o universo me deu essa experiência pra mim ajudar as pessoas e dizer a elas que não precisam ser algo que não são e fingirem ser alegres. Não há nada pior do que uma falsa alegria.
TG:Assistir ao show colocou muito do CD em evidência pra mim. O quanto da música pop você acha que importam mais as performances do que o som?
MC: Eu voando num cachorro-quente tenho a mesma importância do jeito em que meu som é. Até minha banda fica contente de que não tem CD tocando no fundo. Se é pra arrasar, eu arraso. Alguns artistas se importam mais em entreter, mas eu cresci sendo, primeiramente, uma cantora. Eu só vou escrever um verso e o refrão, pra me ajudar a pessar o dia. Às vezes, artistas pop só ligam para as roupas e para os efeitos. O que eu faço é com minhas próprias mãos. E nessa turnê eu tenho pessoas que já trabalharam em The Wall (Pink Floyd) e outra turnês super intensas. Eu tento, de verdade, impressionar aqueles caras. Eu não quero que eles pensem que eu sou uma artista pop estúpida.
TG: Seu pai disse à GQ em 2011 que ele queria que Hannah Montana nunca tivesse existido. Como foi ouvir ele dizer isso?
MC: Aquele foi um ano difícil. Eu acho que, por um momento, ele permitiu que o programa levasse o melhor dele. Tipo, você teria sido bem mais feliz se estivesse sentada numa fazenda em Nashville, completamente isolada? Lembro que, quando li isso, fiquei muito chateada, porque eu tentei fazer a vida da minha família ficar melhor, tirando eles de Nasville. Você chega a um ponto – como meu pai chegou – em que você quer ser ouvido e quer que as pessoas sintam sua dor.
TG: Esse ano, o Country Music Awards estava cheio de piadinhas sobre você abandonando essa área da música. Como você se sentiu?
MC: Eu nem assisti, mas a música country nunca aceitou a mim nem meu pai porque nós não nos encaixamos naquele modelo padrão. Meu pai não usaria chapéu de caubói e nem botas; meu pai usaria uma camiseta rasgada e tênis Reeboks. É engraçado ouvir isso agora porque eles agem como se eu tivesse virado minhas costas pra eles – tipo, vocês nunca nem me consideravam porque eu não usava botas de caubói com uma saia e saia saltitando toda feliz como uma típica garota country.
TG: Conforme você passou por essas mudanças, é tentador jogar todo o seu passado no lixo? Como você sabe quais peças de você precisam permanecer?
MC: É difícil. Eu não assistia o meu programa quando eu fazia ele, então eu nem sei quem era aquela pessoa. Quando eu ouço “Party in the U.S.A” lembro que aquela era quem eu realmente era na época, então eu não acho que você deve se envergonhar de quem você já foi de verdade. Eu acho que as pessoas se sentem no direito de julgar minha vida porque me viram crescer. Isso é uma benção e uma maldição.
TG: Agem como se você devesse algo a eles.
MC: Eu trabalhei mais quando eu era criança do que eu me permitiria trabalhar agora. Tipo em O Sexto Sentido, quando ele fala: “Só trabalhar sem brincar faz de Jack um garoto zangado?” Isso é completamente eu! Eu tenho muita energia, que às vezes era encoberta quando eu era mais nova. Por que diabos eu usava mais maquiagem aos 16 do que uso hoje em dia? Quando eu era mais nova eu não tinha o luxo de dizer “Ei, eu sou uma criança e preciso de uma folga!”. Hoje eu meio que exijo que as pessoas respeitem o fato de eu ser jovem. Eu quase sinto como se eu estivesse entrando numa fase de rebeldia adolescente que eu não pude viver quando eu era, de fato, uma.
TG: Então, em vez de virar uma deusa sexy como Britney ou Christina, você virou uma drogada com um cabelo curtinho. O que modelou o seu novo estilo com a sua ideia de sexualidade?
MC: Ah, sim. Eu não tento ser sexy. Eu tento explicar para as garotas que você não precisa ter um cabelão loiro e nem peitos grandes. Isso é sexual? É. Mas de um jeito diferente.
TG: Eu li que você se considera uma feminista. O que isso significa para você?
MC: Eu apenas prezo a igualdade. Não é tipo, eu sou uma mulher, as mulheres devem estar no comando! Eu só quero que haja igualdade para todos.
TG: Certo! E é isso que o feminismo é.
MC: Eu ainda não acho que nós estamos 100% com isso. Quero dizer, Rappers masculinos pegam em seus sacos o dia todo e eles têm putas ao redor deles, mas ninguém fala sobre isso. Mas se eu pegar na minha virilha e tiver putas em torno de mim, eu estou degradando as mulheres? Eu sou uma mulher, eu quem deveria ser capaz de ter garotas ao meu redor! Mas eu sou parte da evolução disso. Espero.
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