19.09.2014

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Fonte: Folha de S. Paulo

Na próxima semana, em seus shows no Brasil, não espere ver Miley Cyrus entrar no palco escorregando pelo tobogã em forma de língua que foi usado em sua turnê nos Estados Unidos e na Europa.

A estrutura que imita uma língua estendida para fora da boca –marca pessoal da artista– foi cortada de sua turnê latino-americana por “questões logísticas”, diz ela.

O cachorro-quente gigante e voador, que costuma levar a cantora pop americana de 21 anos para fora de cena, também não será usado em São Paulo, na próxima sexta (26), nem no Rio, no domingo (28). O carro dourado em que ela geralmente se deita para sensualizar também não fará parte do espetáculo.

Uma Miley Cyrus com menos elementos cênicos, mas compensando em “energia”, é o que promete a pop star para esta fase da turnê, que já passou por Porto Rico e México nos últimos dias.

Agora posso ficar mais focada e mais conectada com a música, olhando nos olhos das pessoas, em vez de estar no ar em cima de um cachorro-quente“, diz ela, rindo, à Folha, em entrevista por telefone, do México.

A verdade é que esse show é muito mais divertido para mim, porque eu já fiz aquele outro 90 vezes. É algo novo“, conta ela, com fala rápida e empolgada, nos dez minutos de entrevista que topou conceder. Do outro lado da linha, é possível ouvi-la mastigando às vezes. “Estou comendo os melhores waffles da minha vida!

Esta será a segunda passagem de Miley pelo Brasil, mas, para os fãs, o gosto pode ser o de uma estreia. Na primeira visita, em 2011, quem veio foi a Miley careta, ainda ligada à imagem certinha de sua personagem da Disney, Hannah Montana.

De lá para cá, nasceu a Miley embaixadora do “twerk” –passo que lembra o da “Dança do Créu”–, quase sempre seminua no show. A nova versão é capaz de assustar autoridades. Na República Dominicana, há poucos dias, não pôde tocar porque seu show foi proibido pelo governo, por atentar contra a moral e os bons costumes.

No México, na terça (16), usando uma bunda postiça, Miley “apanhou” de seus bailarinos com a bandeira daquele país. Está sendo discutida a aplicação de uma multa, por ofensa ao símbolo pátrio.

Com a boa moça “assassinada” –expressão que Miley usa– vieram também novas amizades. A principal é com Wayne Coyne, 53, líder da banda americana de rock psicodélico The Flaming Lips.

Juntos já gravaram versões de Beatles (“Lucy in the Sky with Diamonds” e “A Day in the Life”) para um tributo que deve sair no próximo mês. Segundo Miley, composições em parceria estão a caminho.

E no que vai dar essa mistura? “Rock psicodélico, pop, country, inspirado em Johnny Cash, Roger Waters, Dolly Parton, tudo”, gargalha.

“É legal que um grupo de rock psicodélico pegue um pouco de pop mainstream e que o pop mainstream pegue um pouco de um grupo de rock psicodélico.”

Leia abaixo a entrevista com a cantora:

Miley Cyrus – Como vai você?

Folha – Bem, e você?

Miley Cyrus – Eu estou tão bem. Estou comendo os melhores waffles da minha vida [risos].

Folha – Miley, esta será sua segunda vez no Brasil. Está animada para fazer shows aqui de novo?

Eu estou tão empolgada. É uma parada que eu tenho que fazer na turnê, porque os meus fãs são tão obstinados. Eles vêm me implorando para voltar ao Brasil. Então acho que vai haver muita energia agora, porque estive esperando por isso por muito tempo. Vai ser muito divertido.

Muitos artistas dizem que os fãs brasileiros são muito intensos.

Eu amo isso, amo. Sou intensa também, então vai ser bom.

O tobogã em forma de língua e o cachorro-quente voador não virão para esses shows. Como você planeja substituí-los?

Nós temos muitas surpresas, então eu acho que a gente sempre substitui as coisas de um jeito mais divertido. Claro que as pessoas vão sentir falta do cachorro-quente e da língua. Eu sinto um pouco de saudade da língua e sinto falta de poder voar todas as noites [risos].

Mas as pessoas não vão perder nenhuma parte do show. E esse show é muito mais divertido para mim, porque eu já fiz aquele outro 90 vezes. É algo novo. Então, na verdade, durante a minha turnê na Europa e nos Estados Unidos, eu ficava empolgada para fazer os shows, claro, mas já não ficava mais ansiosa, porque já fiz aquilo tantas vezes. Então essa é uma razão para se empolgar com o show, porque eu realmente estou gostando do que estou fazendo agora.

E outra coisa é que eu não tenho muitas coreografias, mas você tem que sincronizar o seu cérebro para pensar sobre várias coisas nesses momentos, então agora posso ficar mais focada e mais conectada com a música, olhando nos olhos das pessoas, em vez de estar no ar em cima de um cachorro-quente [risos].

Você tem feito diversos covers durante essa turnê, de Roy Orbison, Led Zeppelin, Arctic Monkeys, The Smiths, Outkast, Lana del Rey Podemos esperar novos covers aqui no Brasil?

Nós já fizemos 50 covers até agora, porque eu quero que cada noite do show seja diferente.

Isso para mim é muito divertido. Eu adoro fazer coisas como Led Zeppelin, Johnny Cash, coisas que eu gosto. É a minha parte preferida. O show todo eu fico ansiosa pela parte dos covers.

Já decidiu quais quer fazer aqui no Brasil?

Eu costumo decidir no palco mesmo. Depende da energia. E eu acho que no Brasil as pessoas não vão debandar, porque, você sabe, às vezes, as pessoas vão comprar camisetas, comer uma pizza. Não sei se as crianças querem ouvir Led Zeppelin [risos].

No Brasil, as pessoas estão esperando há tanto tempo que acho que vai ser muito divertido, todos juntos.

Eu quero colocar muita cor nesses shows no Brasil, fazer tudo muito brilhante. Pelo que vi da última vez, as pessoas aí estavam sendo erguidas no ar, tão coloridas, bonitas, brilhantes, com acessórios grandes.

Quando estava em turnê em janeiro e fevereiro, nos Estados Unidos, os shows costumavam ser mais escuros, com um jeito de inverno, então agora quero que tudo seja mais iluminado e aberto.

Recentemente, você vem trabalhando com o Flaming Lips em diversos projetos. Como é trabalhar com o Wayne Coyne, uma vez que você é uma fã dele?

Acho que agora ele não é mais “o Wayne Coyne”. Ele se tornou um membro da família, um melhor amigo.

Ele realmente salvou a minha vida de certa forma, de um jeito maluco. Eu sempre vou dizer isso a ele. Quando o meu cachorro morreu, ele me ajudou muito com a sua filosofia de vida. Ele é um ser humano lindo. Eu adoro tanto trabalhar com ele.

Ele é como uma alma gêmea, mas não de um jeito romântico. É raro encontrar esse tipo de pessoa. Entre a gente não tem nenhuma parede, nenhum drama. Eu o amo e me sinto tão abençoada de conhecê-lo.

Essa amizade está te modificando como artista?

Cem por cento. Me afeta porque os meus pais sempre me falaram que eles não acreditam que eu vá ser uma cantora pop por muito tempo [risos]. Eu cresci entre pai e mãe roqueiros. É algo que eu quero fazer também. E ele [Wayne Coyne] abriu uma porta para mim, disse que eu não preciso ficar assustada.

E eu percebi que eu não preciso de mais dinheiro, nem ser mais famosa, porque eu não ligo de estar ou não nua na capa de revistas, eu não ligo para essas merdas. Eu só ligo para a música e para os meus fãs.

Sempre tive uma ótima relação com eles. Sei o quanto significa para eles que eu me conecte, que eu tuíte. Porque eu, como fã, recebi muita atenção deles [Flaming Lips]. Acho que isso também me ajudou a ser uma melhor artista com os meus fãs.

Você será uma Miley diferente nas próximas gravações?

Não acho que isso vá acontecer. Não, eu vou continuar fazendo música para os meus fãs, que são tão leais.

O Flaming Lips também incorporou coisas pop mainstream. Eles estão usando muitos adereços da minha turnê anterior, o meu arco-íris, uns cogumelos, umas flores. Eles pegaram um monte das minhas coisas. Então é legal que um grupo de rock psicodélico pegue um pouco de pop mainstream e que o pop mainstream pegue um pouco de um grupo de rock psicodélico.

Vocês pensam em fazer um disco juntos?

Sim. Rock psicodélico, pop, country, inspirado em Johnny Cash, Roger Waters, Dolly Parton, tudo [risos].

Estão trabalhando nisso?

Sim, eu venho trabalhando um pouco. Escrevo todos os dias ao meu piano.

Depois vou precisar trabalhar mais nessas faixas com a ajuda do Wayne. Ele me ajuda com as letras, me diz coisas tão profundas. Eu realmente quero trazer isso para os meus discos.

Acho que venho escrevendo melhor do que nunca, estou me apaixonando por essas músicas.

MILEY CYRUS NO BRASIL

QUANDO 26/9, às 21h, em SP; 28/9, às 20h30, no Rio

ONDE em SP, na Arena Anhembi, av. Olavo Fontoura, 1.209; no Rio de Janeiro, na praça da Apoteose, no Sambódromo

QUANTO de R$ 280 a R$ 650

CLASSIFICAÇÃO 14 anos (de 6 a 13, na companhia de responsáveis)


Publicada por: Miley Cyrus Brasil

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