21.05.2015

É fácil tentar definir Miley Cyrus como artista e pessoa. O difícil é compreender suas complexidades.

Há uma nova linha de pensamento coletivo que é tipo assim: Miley Cyrus tem derramado suas maneiras controversas, mudou seu foco para as questões que importam, e cresceu mais ou menos. É uma narrativa cativante! E também muito incompleta.

Após dois anos desde o início da Era Bangerz e seu twerk no VMA 2013, Cyrus passou os últimos meses focada em sua campanha de caridade, políticas sociais, gravação de covers de clássicos do rock e se manteve vestida. A Happy Hippie Foundation foi fundada para ajudar jovens sem-teto, e tem feito isso através das “Backyard Sessions“, que conta com performances ao lado de Joan Jett, Ariana Grande e Laura Jane Grace.

Na review da Vulture sobre a performance de Cyrus na Adult Swim Upfront Party, no início do mês, Lindsay Zoladz escreveu sobre “detectar o olhar no rosto de alguém que percebeu que Cyrus ‘pode ser mais do que um twerk’“.

A verdade é que Cyrus nunca foi um demônio, e ela também não é uma santa agora. Ela é, ao mesmo tempo, extremamente articulada e maravilhosamente confusa. Ela não é nem um paradoxo nem uma inconsistência. Cyrus desafia a classificação, como todo mundo faz até certo ponto, e isso é extremamente bom. Quanto mais fácil pudermos coletivamente aceitar isso, mais fácil vai ser entender o que Cyrus está fazendo.

Isso não quer que Cyrus não evoluiu, mesmo desde que a divulgação de Bangerz começou há dois anos. A audiência de “We Can’t Stop” e de seu videoclipe, que estabeleceu a Miley 2.0 há dois verões atrás, foi redigida em incerteza: é fácil esquecer que Can’t Be Tamed, antecessor de Bangerz e seu último antes de mudar de gravadora, foi uma falha total e que “We Can’t Stop” foi uma mudança sonora radical que ela inicialmente duvidou que seria sucesso. Cyrus projetava uma confiança em sua nova imagem e música. Ela precisava lançar um hit ou dois a fim de chamar a nossa atenção – razão pela qual ela chamou Mike Will Made It para seu primeiro single ao invés de Wayne Coyne.

Um álbum e uma turnê de sucesso asseguraram Cyrus ao estrelato. Agora ela está fazendo o que quer pessoalmente e musicalmente, e já não precisa de artifícios para chamar a atenção para sua música. Ao invés disso, ela está usando sua música, corpo e ser para chamar atenção para questões que significam algo para ela.

Quando você tem todos os olhos em você, o que você diz? E isso é o que eu tive que me perguntar muito“, ela disse em recente entrevista à TIME. “Tipo, eu sei que você vai reparar em mim se meus seios estão para fora, assim que olhar para mim. Então eu vou dizer-lhe sobre a minha fundação por uma hora e apressar você totalmente“.

Mas aqui está a coisa: tanto quanto as mensagens que Cyrus desenvolveu, estas não são as novas características. A Happy Hippie pode ser nova, mas os jovens sem-teto tem sido assunto para Miley desde que ela enviou um fugitivo ao palco para aceitar o prêmio de Vídeo do Ano no VMA 2014 em Agosto passado. Enquanto Cyrus agora tem sua própria fundação de caridade para arrecadar lucros para causas, ela compareceu a shows beneficentes desde os seus dias como Hannah Montana, lançou um cover do Bob Dylan para a Amnesty International em 2012 e liberou meio milhão de dólar em um leilão da AIDS Research em Outubro do ano passado. E embora suas últimas citações sobre sexualidade tenham sido extremamente impressionante, ela orgulhosamente abraça a causa anti-homofóbica desde antes de Bangerz.

No outro lado da moeda, os impulsos infantis de Cyrus não desapareceram, felizmente. Ela ainda está promovendo a campanha #FreeTheNipple, festejando com a arte de expor seu corpo depois de anos sendo o rosto principal do Disney Channel. Cyrus recentemente fez cover de “My Neck, My Back” – um dos hits sexuais mais explícitos da história – e ainda está ligada com os Flaming Lips. Acha que ela está se apropriando da cultura negra ou glorificando o mundo das drogas? Cyrus não dá a mínima – ela vai continuar fazendo o que ela quer. Cyrus nunca vai ser certinha, especialmente agora que ela tem a capacidade de fazer e dizer o que quer sem o risco de alienação de uma base de fãs jovens.

E Cyrus não é bem mais divertida quando não pode ser rotulada? Miley está atualmente trabalhando em novas músicas, e se alguém disser que tem uma ideia sobre como isso vai soar, está mentindo. Cyrus tem mais liberdade do que nunca, e ela está usando-a – mas ela ainda é a mesma pessoa que era há dois anos. Em 2013 ela não era uma monótona que ficava mostrando e sacudindo a língua. Em 2015, ela não é um modelo onisciente. Ela é mais do que uma frase de três palavras, e isso é tudo o que ela quer ser. Ela não está sendo quem você, eu ou alguém quer que ela seja. Ela está apenas sendo a Miley.

Fonte: Billboard


Publicada por: Miley Cyrus Brasil

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