02.09.2015

mcahdp

Para Miley Cyrus, a liberdade pessoal e artística completa – o tipo que lhe permitiu anunciar no MTV Video Music Awards, neste domingo, que ela estava concorrendo em 2013, com “Bangerz”, seu disco de platina, o prêmio de melhor álbum pop; já “Dead Petz” com 23 músicas inéditas, agora podendo ser baixado on-line gratuitamente – é algo que ela ganhou depois de quase uma década de fama.

“Isso é o que o luxo teve que fazer,” Srta.Cyrus, 22 anos, disse em seu estúdio particular, na Califórnia, uma semana antes do show, no qual atuou como anfitriã no evento, entusiasticamente zoando com a sua reputação por usar trajes provocantes e falando livremente sobre o uso de drogas. Ela aproveitou a noite para usar a plataforma comercial e estrear uma versão diferente e decididamente não comercial de si mesma. “Eu só posso fazer o que eu quero fazer, e fazer a música que eu quero fazer.”

O resultado é “Miley Cyrus & Her Dead Petz”, que possibilita novamente a cantora a imaginar o seu papel na cultura, soprando a  libertação da pop-star na narrativa de “Bangerz”, e ansiosa para mostrar o que parecia ser uma performance “Disney”, como mais uma estratégia varejista – é seu abrangente estético e estilo de vida. Enquanto ela está atuando fora do seu contrato rotulado, Srta.Cyrus está confiante de que, dado o âmbito de sua influência, fãs suficientes virão ajudá-la nesse investimento que trás felicidade individual.

“Sim, eu fumo maconha/Sim, eu amo a paz,” Srta. Cyrus gritou durante o final do V.M.A.s sem aviso prévio, com uma performance alarmante de “Dooo It!”, música de abertura de seu novo álbum, que ela escreveu junto com Wayne Coyne, o qual também participou da produção do projeto “Dead Petz”, junto de outros membros de sua banda, o Flaming Lips. Só não tenham uma idéia errada, ela alertou, rematando brilho pelas suas pernas, cercada por rainhas de “RuPaul’s Drag Race”: “Eu não sou uma hippie”.

Eu uma entrevista de mais de cinco horas no Playland Technicolor em Studio City, onde ela mora sozinha, Srta. Cyrus estava vibrando de empolgação para compartilhar sua pura visão, atualizada do mundo,  dançando em sua garagem com as suas novas músicas – que misturam um pouco de pop psicodélico e circular, e outro pop direto com bordas cruas – sacudiu de seu modesto estúdio (chamado “Love Yer Brain”, após uma música de Flaming Lips).

No início de sua carreira adulta/jovem, “As pessoas eram como, ‘Bem, ela tem algumas pessoas que torcem os botões para ajudá-la a sair.”, disse Cyrus, cercada por uma parede neon, um unicórnio de pelúcia e um alienígena roxo inflável. “Agora já foi tempo suficiente para eles digerirem a questão, e, ‘Ninguém está dizendo mais o que ela deve ou não fazer.”

Ela acrescentou: “Eu não sou uma galinha com a cabeça cortada.”

Confortável e empolgada, vestindo leggings cinza, um sutiã esportivo preto e um capuz do Flaming Lips e resmungando como se estivesse em um filme do Tarantino, Srta. Cyrus alternou entre sucos verdes e conjuntos verdes, como explicou a sua evolução pessoal, incluindo a morte e o amor, como ela nunca tinha conhecido, levando-a produzir este álbum.

Primeiro veio o assassinato em abril de 2014, do seu amado cão, Floyd, por coiotes, enquanto estava em turnê mundial da “Bangerz”. Duas semanas mais tarde, depois de chorar em algumas performances, Srta. Cyrus foi hospitalizada por mais de uma semana em Kansas, com reação alérgica severa aos antibióticos. Lá, ela foi visitada frequentemente pelo Sr. Coyne, de 54 anos, que era um de seus heróis musicais, começando, assim, a trabalharem em novas músicas juntos.

Mas foi quando ela voltou para casa para buscar a cura natural, que as coisas ficaram “muito viajadas”, disse ela. “Isso vai parecer loucura”,  mas um curandeiro chinês “enviou-me em um estado onde o meu cão foi retirado dos meus pulmões e colocado no meu ombro”, explicou ela. “Eu cuidei do meu cãozinho por quase três horas.” Depois de finalmente dizer Floyd, ela teve que “deixá-lo ir e colocar a sua energia para fora,” Srta. Cyrus continuou, “Eu realmente acho que, de certa forma, a energia de Floyd, renasceu na energia de Wayne. O que ele era para mim, Wayne se tornou.”

Sr. Coyne, que já havia aproveitado a voz de Miley Cyrus para fazer um cover dos Beatles“Lucy in the Sky With Diamonds”, há alguns meses atrás, desde então, serviu como um mentor e instrutor artístico para ela.

“A vida dela, para ela, é arte”, desse ele. “Se ela quer olhar para um lado e dizes essas coisas, ela fará isso.”

Enquanto que “Bangerz” viu um novo pop a experimentar o seu poder – turvando alguns com o estilo do hip-hop e imagens provocantes – os experimentos de “Dead Petz” revelam como Miley está agora: consciente de sua posição como uma porta-voz da cultura juvenil, e abertamente interessada em discutir sobre drogas, sexo, animais e meio-ambiente. “Eu criei nos meus arredores, o meu próprio mundo”, disse ela. “O que parece ser fantasia ou uma viagem, não é para mim. É a minha realidade atual.” (Enquanto ela canta  “Slab of Butter (Scorpion),”, “Controle próprio não é algo que eu estou trabalhando.”)

Quanto ao ritmo de suas reinvenções: “É realmente assustador”, disse ela. “Se um dos meus amigos não me ver por duas ou três semanas, ele tem que me conhecer novamente como se eu fosse uma nova pessoa. Minha alma ainda será a mesma, mas tudo ao meu redor pode ser diferente, e eu não vou vestir as mesmas roupas e talvez pessoas diferentes estejam por perto.”

Ao contrário de outros jovens de 22 anos, quando a Srta. Cyrus apresenta suas paixões, ela faz isso em uma escala maciça. Na nova coleção de canções, os significados desajeitados do rap de “Bangerz” não estão mais presentes, embora algumas das palhaçadas bregas ainda permanecem, assim como a produção de Oren Yoel e Mike WiLL Made-It, o produtor de Atlanta e arquiteto chefe de seu último som, que contribuiu com algumas das canções mais fortes do álbum (“Lighter,” “I Forgive Yiew”). Ainda assim, Cyrus disse: “O Mike era ‘Bangerz’, e Wayne é ‘Dead Petz’.”

“Quando eu fiz ‘Bangerz’, era tudo tão verdadeiro para mim, e agora, é o que esse novo álbum representa para mim”, disse Cyrus. “Aconteceu naturalmente na minha cabeça. É como qualquer coisa – os estilos apenas mudam”.

Mike Will disse que viu em Miley Cyrus uma necessidade orgânica para se regenerar. “Por que ela iria fazer uma outra ‘Bangerz’? Miley é a nova Madonna”, disse ele.

Entre os álbuns, sua vida pessoal também mudou. Depois de anos de dores de crescimento, Srta. Cyrus recuou para dentro e tornou-se “mais uma pessoa caseira”, disse ela. Ela passa a maioria dos dias em sua casa, fazendo yoga, tabagismo, brincando com os seus muitos animais de estimação (incluindo um porquinho) e fazendo arte ou música.

Enquanto uma estrela pop como Taylor Swift pode estar se reunindo com “músicos, atores, modelos, empresários”, ela disse, “Eu não estou tentando estar no elenco das celebridades.” Ela continuou: “Nenhum dos meus amigos são famosos e não é por causa de nenhuma outra razão que eu estou com pessoas reais que estão vivendo as suas vidas reais, pois eles me inspiram”.

Srta. Cyrus também tentou tomar o controle de sua própria vida de celebridade, entregando uma versão nua e crua, mas cuidadosamente adaptada de si mesma, para todos os seus fãs. “Eu coloquei fotos nuas no meu Instagram – eu não me importo”, disse ela. “Não é mais tão interessante em me ver desse jeito.”

Em 2014, Miley fundou a Fundação Happy Hippie, que é uma organização sem fins lucrativos para jovens desabrigados e LGBT, que ela disse que ajudou-a com sua auto-descoberta. “Eu me sinto muito com um gênero fluído”, disse ela. “Por um longo tempo, eu não entendia a minha própria sexualidade. Eu iria ficar muito frustrada e acho que nunca iria entender quem eu realmente sou, porque eu não posso descobrir se estou me sentindo mais como uma menina ou um menino. E esse projeto me levou a conversar com as pessoas transexuais, e percebi que eu não tenho que necessariamente me decidir entre um deles”.

Depois, houve a influência do Sr. Coyne. “Ele é tudo no mundo – você não pode mesmo nos definir”, disse Cyrus. “Eu estou cem por cento apaixonada por Wayne, e ele também está apaixonado por mim, mas não por uma forma sexual, pois isso seria a maior grosseria.”

Sua presença é mais marcante em canções como “Karen Don’t Be Sad” e “The Floyd Song (AKA Sunrise), que apresentam toques mais eletrônicos e tons acústicos de guitarra – como canções de Flaming Lips cantadas por Miley Cyrus.

Mas os instintos pop naturais de Cyrus, forte voz e narrando a história de seu país, muitas vezes elevou-a acima dos padrões de seus colaboradores, assegurando que o projeto não vá escorregar para longe na obscuridade. “A única coisa que os mantém juntos, sou eu”, disse Miley. “Não é como se eu começasse a agir de uma maneira diferente com Wayne – cósmico, cósmico -. E então, eu começo com Mike a fazer uma batida.”

Como ela não tinha a intenção de sair nas rádios, Srta. Cyrus também estava livre para ser mais extrema com si mesma. Ela ficou alegremente de boca aberta com canções como “BB Talk”, um monólogo sobre uma amante excessivamente carinhosa, e “Bang Me Box”, uma canção produzida com Mike Will sobre sexo lésbico, que Cyrus disse ter sido “bastante auto-explicativo”.

Foi a natureza pessoal, projeto caseiro – e a carreira nada tradicional do Sr. Coyne com Flaming Lips – que persuadiram Miley Cyrus para liberar o álbum através do site Sound Cloud.

Ela disse que o álbum custou cerca de US$ 50.000 para ser realizado – “Bangerz” foi “um par de milhões” – embora a RCA Records, sua gravadora, não tenha contribuído para o orçamento dessa vez. “Eles nunca tinham ouvido as gravações até o momento que foram feitas”, disse ela, e não contaram para cumprir o seu contrato de vários álbuns.

A gravadora disse em um comunicado: “Miley Cyrus continua sendo uma artista inovadora. Ela tem um forte ponto de vista sobre sua arte e expressou o seu desejo de compartilhar esse trabalho com os seus fãs diretamente. Nós, da RCA Records temos o prazer de apoiar a sua visão musical.”

Srta.MileyCyrus disse que é difícil de se imaginar encaixada novamente em um modelo convencional. “Eu não acho que vou crescer dessa maneira”, disse ela. “Parece que eu estaria retrocedendo.” Ela relatou que sua equipe de assessores, “disse que nunca tinha visto alguém no meu nível, especialmente uma mulher, ter essa liberdade.” Ela acrescentou, “Eu literalmente posso fazer  o que eu quiser. É insano.”

Ainda assim, “Esta música não era para ser uma rebelião”, disse Miley Cyrus. “Era para ser um presente.”

Fonte The New York Times | Traduzido por Mayara Ribeiro – Equipe MCBR.


Publicada por: Miley Cyrus Brasil

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