19.12.2020

Durante entrevista Miley ligou com Shannon Burns do iHeartRadio para Adam, um grande fã do Canadá, e responde suas perguntas.

Adam inicia a conversa elogiando os feitos de Miley pela comunidade LGBT e sem-teto. Ele também enaltece sua música e para ele, que é parte da comunidade LGBT, ela é um ícone em tudo o que faz.

Miley diz ser grata por todo o suporte que tem recebido e ressalta que isso reflete diretamente na Happy Hippie Foundation. Essa conexão que se criou, é onde ela consegue usar todo o seu alcance para falar sobre assuntos importantes, que não recebem a atenção que merecem. Miley termina atribuindo isso tudo às pessoas que a apoiam e dizendo que é muito grata por isso.

Leia a entrevista completa traduzida abaixo.

Adam: Sou de Toronto, em março eu deveria ver seu show na Austrália, estava muito animado para vê-la, mas não aconteceu.

O evento era voltado para os incêndios na Austrália que afetaram mais de 3 bilhões de animais.

Miley: Você ia no show e não aconteceu? Eu sinto muito! As malas, looks e caminhões da equipe já estavam preparados, mas tudo mudou em cima da hora por conta do Covid 19, era o começo do lockdown e de toda a pandemia, antes de termos mais informações sobre a doença. A gente realmente não sabia se seria seguro ter um show naquelas condições e, pensando agora, realmente não teria sido. Tive que fazer a escolha mais responsável naquele momento.

Adam: Todos entendemos o motivo e que tudo havia sido feito para a segurança dos fãs, então eu apenas aproveitei a viagem.

Miley: Obrigada. Você é o tipo de pessoa que eu mais gosto e é um anjo por não ter ficado chateado, apesar da longa viagem. Prometo que assim que tudo normalizar nos veremos em show e eu farei com que isso seja especial para você. Estou desesperada mais do que qualquer pessoa para sair, quero muito fazer uma tour!

Adam: Como você se sente com Plastic Hearts sendo o álbum de rock número 1?

Miley: É algo surreal, mas ao mesmo tempo, o rock é algo que sempre fez parte de minha carreira. Muitos tem a ideia de que mudei, mas meus fãs de longa data sabem que onde estou agora não é muito longe de onde comecei. Meu primeiro álbum como eu mesma e não como um personagem (Can’t Be Tamed) teve um cover da música Every Rose Has Its Thorns e os covers que faço hoje em dia são grandes influencias para as músicas que gosto de fazer, como as de Plastic Hearts. As pessoas com quem colaborei nesse álbum são de grande inspiração e influência para mim. Na Gypsy Heart Tour, quando eu tinha 15 anos, em todos os shows eu fazia um cover de Landslide e na turnê conjunta com Hannah Montana, na parte de Miley, fazia um cover do Nirvana. Sinto que a influência do rock sempre esteve em minha música. Eu gosto de todas as musicas, de todos os gêneros musicais, então é natural que eu mude e experimente coisas novas, mas a raiz e o espírito de tudo o que eu sempre faço está centrado no sentido de rebelião, no sentido de não caber em um molde, de nem sempre seguir as regras ou de viver como uma moça educada, mas de deixar o seu espírito cada vez mis forte, barulhento, descarado e sem remorso de agir. Isso está presente no punk rock e no rock and roll e me sinto realmente feliz por mostrar quem sou e como isso reflete sobre quem sempre fui.

Adam: Tudo isso deve refletir no crescimento e você cresceu na frente de milhares de pessoas, o que fez você ser muito criticada também. Claro, isso faz com que muitos a admirem, pois você é transparente e real, não deixando assim com que as pessoas te coloquem para baixo por conta disso.

Miley: Me encoraja a individualidade, autenticidade, viver em sua própria verdade. Acho que a verdade é libertadora, poderosa e de alguma forma, contagiosa. A liberdade e felicidade que você irradia quando é você mesmo faz com que os outros também queiram viver assim. Isso contagia e possibilita uma sociedade mais livre.

Adam: Qual sua música favorita de Plastic Hearts e qual a música que se destaca mais ou qual foi mais divertida de gravar?

Miley: Uma das minhas favorita de compor foi Gimme What I Want e o motivo de eu amar tanto essa música é por ela incluir todas as minhas influências. É como se Nine Inch Nails e Britney Spears fizessem uma música, o que seria um sonho para mim. Para mim, é muito honroso e respeitoso a influência que artistas como esses têm, não discriminando outros estilos musicais, mas isso é o que me impacta muito como artista.

Adam: Por que o nome “Plastic Hearts” como título do album?

Miley: Vivo em Los Angeles, um lugar famoso por sua falsidade. Apesar de ter muitas pessoas do “sim”, tem muitas do “não” também. As pessoas vão para LA para tentar alcançar seus sonhos e ambições. Escrevi essa música (Plastic Hearts) depois de uma festa em um feriado, que aconteceu na Happy Hippie Fundation. Eu saí da festa me perguntando qual era a diferença ou o divisor entre eu e aqueles mais de 300 jovens sem teto, porque todos nós fomos pra LA em busca de tornar realidade os nossos sonhos, mas no final de tudo, é muito fácil se perder.

Adam: Você tem falado muito sobre sobriedade atualmente. Por que sente que é importante falar sobre isso?

Miley: Com o passar dos anos, fiz alguns pronunciamentos sobre o assunto que foram muito julgados, mas sinto que é algo que será diferente a cada dia. Será uma jornada com altos e baixos, possivelmente terá falhas. Em Midnight Sky, eu digo: “pra sempre nunca mais” e estou comprometida com essas afirmações que faço agora. No ponto que me encontro em minha vida, é possível viver sóbria. Quando estou sobre influência de drogas, sinto que não alcanço meu potencial, não acordo 100% e eu preciso que essas coisas caminhem bem agora. Sinto que existe um estereótipo sobre ‘sexo, drogas e rock na roll’, que acham que isso é uma consequência de ser rebelde e do rock, quando na verdade, é tudo apenas sobre a música. Queria que o foco fosse apenas na música, mas as vezes as decisões que tomo em minha vida podem acabar distraindo. Quando não estou sóbria ou algo acontece em minha vida pessoal, me mantenho verdadeira e aberta sobre o assunto dizendo “estou sóbria agora” ou “não estou sóbria agora”. Falei sobre minha sobriedade durante a pandemia e acabei tendo um deslize e voltando a usar, para depois voltar a ficar sóbria. Sou honesta com os meus fãs e mantenho conversas reais com eles, fortalecendo o nosso relacionamento.

Adam: Como é ter Billy Idol, Joan Jett e Stevie Nicks no album?

Miley: Me sinto validada fazendo algo ao lado deles, apesar de sempre me falarem para não esperar a validação de ninguém e sim encontrá-la em mim mesma. Postei sobre isso, falei sobre ter encontrado neles o oposto dos valores que me foram instalados ao admirá-los. A admiração deles pelo meu trabalho, o fato deles terem ‘passado a tocha’ para mim e dito “ela é uma de nós” é algo muito bom.

Tradução & Adaptação: Thayná Araújo – Equipe MCBR


Publicada por: Giullya

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