Na véspera do lançamento de seu nono álbum de estúdio, Something Beautiful, o site oficial do Grammy lançou uma matéria completa falando da carreira de Miley com foco em suas diferentes eras musicais e como ela experimenta (e se sai bem) em todas.
Veja a tradução completa abaixo:
As Muitas Eras de Miley Cyrus: Como Something Beautiful Celebra a Grande Experimentadora do Pop
Enquanto a superestrela vencedora do GRAMMY lança seu nono álbum de estúdio, vamos relembrar todos os sons que Cyrus explorou ao longo de sua carreira e como isso resultou em algumas das músicas mais livres, porém seguras, de sua trajetória até hoje.
De certa forma, Miley Cyrus vê sua discografia transgressora como nada mais do que um “ruído branco”.
“White noise é basicamente tudo acontecendo ao mesmo tempo”, ela disse recentemente a Zane Lowe, da Apple Music 1. “E eu sinto que foi assim que os últimos 20 anos da minha carreira pareceram. Toda vez que eu subia ao palco, meio que era acionada de novo com isso: que é só isso mesmo.”
É uma admissão surpreendente para uma superestrela global conhecida por sua habilidade de conquistar qualquer gênero ao qual ela se dedique, desde o pop que lidera as paradas até o country e o glam rock, e muito mais.
Agora, ela está prestes a lançar seu nono álbum de estúdio, Something Beautiful, que chega em 30 de maio acompanhado de um filme musical que dá a cada uma das 13 músicas do álbum seu próprio tratamento cinematográfico. Vindo após o pop vencedor do GRAMMY do seu álbum de 2023, Endless Summer Vacation, o novo álbum visual corta esse “ruído branco” para proporcionar a Cyrus uma nova valorização pelas muitas, muitas vidas musicais que ela viveu ao longo das últimas duas décadas, sempre no centro do zeitgeist cultural.
“Ao ir e extrair cada frequência individual e me apaixonar pelos sons individuais, juntando todos eles, encontrei um novo amor por todas as minhas músicas, todos os meus álbuns, todas as minhas performances, todas as versões de mim, todas as eras”, ela disse sobre a criação da paisagem sonora de Something Beautiful. “Mas eu precisava extrair cada uma delas e vê-las como identidades individuais.”
De suas raízes como ídolo do Disney Channel e o pop provocante de Bangerz até o glam rock pesado de Plastic Hearts e a mensagem universal de “Flowers”, vamos relembrar como a voz única de Miley Cyrus evoluiu ao longo de 20 anos sob os holofotes.
A Ídolo Adolescente
Chegando ao auge da era dourada do canal na metade dos anos 2000, Cyrus brilhou pela primeira vez como Hannah Montana no Disney Channel. E graças à parceria sinérgica da “Casa do Mickey” com a Hollywood Records, a sensação adolescente teve o melhor dos dois mundos: interpretando uma estrela pop fictícia na série enquanto simultaneamente lançava sua própria carreira musical.
Cyrus começou a estabelecer sua identidade separada de Hannah Montana com o lançamento da trilha sonora dupla de 2007, Hannah Montana 2: Meet Miley Cyrus, que lhe deu a chance de se livrar da famosa peruca loira da personagem e brilhar em singles animados como “See You Again” e “Start All Over”.
Ela continuou a se firmar como uma estrela pop por mérito próprio graças a singles que chegaram ao Top 10, como “7 Things”, uma despedida adolescente com rumores de ser sobre seu término com outro talento do Disney Channel, Nick Jonas, e “The Climb”, a balada inspiradora e amigável ao rádio que sustentou sua estreia nos cinemas em Hannah Montana: O Filme de 2009.
No entanto, o maior sucesso da fase inicial da carreira de Cyrus foi, sem dúvida, “Party in the U.S.A.”. O animado hino pop sobre uma garota que “desceu do avião em LAX com um sonho e [seu] cardigã” disparou até a posição número 2 na Billboard Hot 100, tornando-se o hino não oficial de toda uma geração de millennials.
A Garota Selvagem
Como Britney Spears e Christina Aguilera antes dela, Cyrus passou por suas próprias dores de crescimento ao fazer a transição para a vida adulta. Prestes a completar 18 anos, ela lançou em 2010 Can’t Be Tamed, seu último álbum pela Hollywood Records e sob o olhar atento da Disney. A faixa-título, que foi seu maior single, sinalizou inequivocamente o desejo da cantora de ultrapassar limites e se desvincular da imagem familiar cultivada na sua ascensão à fama.
No entanto, essa tentativa de um som mais adulto, orientado ao dance-pop, parecia brincadeira de criança comparada às maneiras como Miley se reinventaria completamente com Bangerz. Quando lançou o single principal “We Can’t Stop” no verão de 2013, ela renasceu como estrela pop, ostentando um corte pixie bicolor e cantando sobre dançar, experimentar drogas recreativas e fazer o que quisesse, sobre sintetizadores turvos e batidas minimalistas.
O hino hedonista não só se tornou instantaneamente um forte candidato a música do verão, como também lançou uma série de momentos icônicos que definiriam o início da década e permaneceriam para sempre na mente dos fãs da superestrela: Miley balançando completamente nua no videoclipe de “Wrecking Ball”, lambendo sedutoramente uma marreta, cavalgando um cachorro-quente inflável gigante na turnê Bangerz e, talvez o mais memorável, fazendo twerk em Robin Thicke com a língua de fora no VMA da MTV em 2013.
Depois que Bangerz conquistou o topo das paradas (e o epicentro do debate cultural na época), Cyrus decidiu se afastar ainda mais de suas origens pop adolescentes — seja cuspindo versos em faixas de hip-hop como “23” de Mike WiLL Made-It e “Feeling Myself” de will.i.am, ou se entregando ao psicodelismo experimental de Miley Cyrus and Her Dead Petz, lançado independentemente em 2015.
A Cantora e Compositora Camaleônica
Toda fase rebelde eventualmente chega ao fim, e quando Cyrus desceu do frenesi das festas iniciado na era Bangerz, ela estava pronta para explorar um lado mais suave e atemporal da sua música.
Seu sexto álbum, Younger Now, de 2017, trocou as pistas de dança sexualmente carregadas pelo country-pop folk e baladas confessionais. As guitarras radiantes do single “Malibu” soavam como um abraço caloroso em comparação às batidas fortes de Bangerz, e até Miley parecia admirada com a transformação: “Eu nunca teria acreditado/ Se três anos atrás você me dissesse que eu estaria aqui/ Escrevendo esta música/ Mas aqui estou eu”, cantou.
A guinada sonora de Cyrus em direção ao country também teve um efeito irônico de validar que seu pop provocador anterior não foi simplesmente um ato de insolência juvenil. Em vez disso, estabeleceu a base para um ciclo de constante evolução musical. Cada era não foi apenas deliberada, mas parte de um todo maior que provava que Miley não podia ser confinada a apenas um estilo.
“Sinto menos como se tivesse algo a provar. Acho que quando você é adolescente [ou] jovem adulto, você tenta tanto ser legal ou provar algo para ser diferente de quem foi quando criança”, disse ela à NPR Music na época. “E acho que, conforme fui envelhecendo — o que Younger Now diz é que, mesmo não sendo quem eu sou, não tenho medo de quem eu costumava ser.”
A Rockeira Rebelde
Quando a década de 2010 deu lugar a uma nova década, Cyrus voltou a provocar. Primeiro veio o EP SHE IS COMING, de 2019. Com a mensagem política explícita do single feminista “Mother’s Daughter” e colaborações com RuPaul (a divertidíssima “Cattitude”) e Mike WiLL Made-It e Swae Lee (“Party Up The Street”), o projeto pretendia ser o primeiro de três EPs que comporiam o LP She Is Miley Cyrus. No entanto, esse álbum nunca se concretizou.
Em vez disso, a cantora mergulhou de cabeça no glam rock dos anos 70 e 80 com o álbum Plastic Hearts, de 2020. Começando com a explosiva “WTF Do I Know”, Miley cantou, desfilou e rugiu numa verdadeira ressurreição do rock com destaques como “Midnight Sky”, “Plastic Hearts” e “Angels Like You”.
O álbum veio completo com colaborações de alto nível com Billy Idol (“Night Crawling”), Joan Jett (“Bad Karma”) e Stevie Nicks (“Edge of Midnight (Midnight Sky Remix)”), além de covers impressionantes de clássicos como “Heart of Glass” do Blondie, provando que Cyrus não só conquistou a aprovação dos grandes nomes do rock, como também possuía credenciais próprias. O New York Times chegou a declarar: “Talvez o rock não esteja morto — está apenas nas mãos capazes de Miley Cyrus.”
A Artista Segura
Cyrus ainda encontrava novas formas de crescer quando lançou a canção “Flowers” no início de 2023. Com sua mensagem empoderadora e um groove levemente funky, o hino de amor-próprio explodiu, tornando-se o maior sucesso da carreira da estrela.
Não só o single principal do pop Endless Summer Vacation quebrou recordes de streaming e liderou paradas globais, como também transformou Miley em vencedora do GRAMMY ao levar os prêmios de Gravação do Ano e Melhor Performance Pop Solo na cerimônia de 2024 (e celebrar com uma performance inesquecivelmente animada).
Em outras partes do álbum, a superestrela exibiu uma impressionante versatilidade, seja arrasando em “Jaded”, fazendo dueto com Brandi Carlile na americana “Thousand Miles” ou refletindo sobre como amadureceu desde seus dias pós-Disney com a balada sentimental “Used to Be Young”.
Embora Endless Summer Vacation mostrasse confiança sem esforço, a resposta massiva a “Flowers” ajudou Cyrus a se tornar ainda mais ambiciosa em sua composição. “Receber aquele GRAMMY por ‘Flowers’ foi mais como um curativo em um coração partido de certa forma”, disse ela em entrevista a Zane Lowe. “E então, uma vez que recebi meu GRAMMY, pensei: ‘Olha, quando você me procura no Google, está escrito Miley Cyrus, artista vencedora do GRAMMY. Agora vou fazer umas coisas malucas que eu gosto de fazer.'”
O resultado é o maximalismo surrealista e desenfreado encontrado em Something Beautiful, seja explorando influências do shoegaze e jazz no cintilante single “End of the World”, entregando doses iguais de glamour e vulnerabilidade na balada inspirada em showgirls “More to Lose”, ou recrutando a supermodelo Naomi Campbell para o destaque “Every Girl You’ve Ever Loved”.
Como disse a Lowe, Cyrus viu Something Beautiful como “experimental”, mas, mais importante, “o álbum que eu realmente estive desejando criar em toda a minha carreira adulta”. E, de acordo com a declaração de missão que escreveu no início do processo, o álbum avant-garde serve como a culminação de tudo que veio antes.
“‘Something Beautiful é uma canção de amor dedicada à vida, à morte, à natureza, à humanidade, ao mistério, a Deus, a todos que conheço, a todos que nunca conhecerei, ao que entendo e ao que nunca poderia compreender, ao cosmos, a esta Terra. É um álbum conceitual que tenta medicar uma cultura doente através da música, escondendo a cura em uma obra de arte divertida, trazendo o divino para o dia-a-dia.'”
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