Miley Cyrus usou o VMAs para anunciar o lançamento surpresa de seu álbum com 23 faixas, feito com Wayne Coyne do “The Flaming Lips”. Mas como isso soa?
Não há muitos famosos na indústria musical como Miley Cyrus. Isto é, não parece haver nenhum outro cantor e ator ex-Disney capaz de dominar uma liberdade tão criativa como ela está fazendo nesse alastrante “álbum” de 23 músicas. O Miley Cyrus And Her Dead Petz, lançado surpreendentemente após Miley ser a apresentadora da edição desse ano do Video Music Awards da MTV, no último domingo, completa sua transformação em uma estrela de identidade dupla: tanto como ídolo provocativo como quanto uma amadora da poesia e abstração.
Seu quinto álbum mostra Cyrus como a colorida, louca e auto-apelidada pansexual, o mais longe possível de quem ela já foi em Hannah Montana, personagem que iniciou o sucesso em sua carreira. Se você não está antenado em suas últimas selfies de topless no Instagram ou nas diversas entrevistas em que a cantora fala sobre sua insatisfação com sua imagem corporal e fluidez sexual, Cyrus usa esse álbum para atingir os extremos do amor e da morte, adernando um tom psicodélico.
Você pode ouvir ideias do produtor chefe Wayne Coyne por todo Dead Petz. O representante do The Flaming Lips compartilha os direitos de produção com o resto de sua banda, bem como o produtor de hip-hop Mike Will Made It. O núcleo colaborador de Miley também fez parte do seu último sucesso, com a RCA, Bangerz. Os resultados acabam mostrando todos os diferentes aspectos da cantora.
Ainda há os toques de hip-hop e partes de ritmos de Bangerz. A voz distorcida de Miley grita: “É, eu fumo maconha / é, eu amo a paz / mas eu não dou a mínima / eu sou hippie,” antes da abertura de Dooo It! vai de burburinhos de um grave menor para um boombap coda – e você consegue ouvir dicas de todo um abrasivo brasado de MIA. The Floyd Song (Sunrise), escrita para um cachorro que morreu em Abril de 2014 enquanto Miley estava em turnê, mistura guitarra acústica e uma pegada eletrônica de modo que quase soa como se Miley estivesse numa banda cover do Flaming Lips. Essa não é a primeira vez que ela trabalha com essa banda e quando eles co-produzem, eles optam por um full-on synth de pop gritante. Eles sufocam faixas como Tangerine em processo dividido com uma pegada dos anos 80 e desequilibrando o próprio pop psicodélico dos Flaming Lips.
Você tem a impressão de que enquanto Bangerz foi feito para uma separação da imagem de Cyrus com a de Hannah Montana e da Disney, o Dead Petz realmente permitiu que ela experimentasse algo diferente. Ela está fazendo um Hype Machine pronto, diferente de um pseudo twerk com uma imagem de rapper com a língua de fora que lidera todas as paradas. Citando sua própria equipe de assessores, em um perfil do New York Times sobre o making of do Dead Petz, Cyrus disse que “nunca haviam visto alguém no meu nível, especialmente uma mulher, ter essa liberdade. Eu literalmente posso fazer o que quiser. É insano”.
E ela está certa. Este álbum é definitivamente muito longo, e começa a caminhar em território de bônus-track pouco mais da metade da marca, mas marca uma sinalização importante em sua carreira. É difícil imaginar muitos outros artistas da Disney assinados com a gravadora Hollywood Records que poderiam convincentemente fazer músicas que flertam com o estilo Metronomy bassline riffing (no hino cunilíngue Bang Me Box) e, em seguida, soa como Die Antwoord ou uma do PC Music rejeitada no interlúdio de 46 segundos I’m So Drunk.
Ao contrário de Ariana Grande, Selena Gomez, Demi Lovato e outros ex-artistas da Disney ou Nickelodeon, Cyrus foi concedida o privilégio de colaborar com os produtores e músicos que deixam ela fazer o que diabos ela quiser. Mesmo sua gravadora, a RCA Records, não está com muita pressa com o Dead Petz, não contarão com ele no seu contrato multi-álbum com eles, mas felizmente deixaram ela pular fora e fazê-lo, dizendo que eles tem “o prazer em apoiar a visão musical única de Miley”, em um comunicado ao New York Times.
Você pode não ter a paciência para reservar uma hora e meia para ouvir Cyrus cantando sobre seu amassos do passado, namorados pegajosos, e cães de estimação mortos e um baiacu, especialmente quando esta mistura louca psychpop desliza perto do lírico auto-paródia durante um dos seus momentos mais francos. Mas há uma doçura para sua ingenuidade. Depois de uma infância vivida no centro das atenções, em Dead Petz, Cyrus se sente como a primeira vez que tem realmente que baixar a guarda numa canção, Wrecking Ball e tudo. Ela está dominando sua voz, cantando-a para fora mais perto de Twinkle Song ou deixá-la quebrar com emoção em Pablow, The Blowfish, e fazer isso em seus próprios termos. Em seu canto da indústria, o que é quer dizer algo.
Tradução: Giovanna Bianchi e Paulo Araujo – Equipe MCBR
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